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Por que convocação do pai de Fábio Acioli faz Alagoas chegar ao fundo do poço?

A Justiça de Alagoas vive uma nova fase. Se o silêncio absoluto sobre crimes de repercussão era a lei mais generalizada, agora, a punição à família da vítima serve de catarse ao Judiciário e ao Ministério Público Estadual, quando a ficção preenche as lacunas de um inquérito policial.

O caso Fábio Acioli é destes momentos novos. Declara Paulo Medeiros, o pai do estudante assassinado, que os acusados pelo crime são inocentes. Então, o Judiciário e o Ministério Público reagem e mudam o polo.

Talvez o pai esteja escondendo, no bolso, o assassino do filho. E ele deve carregar consigo o dever cívico de revelar quem matou Fábio Acioli, para o bem desta Justiça tão sedenta de fim da impunidade.

Culpado por declarar em público o que toda a sociedade (e a imprensa) sabem, Paulo Medeiros na certa carrega uma aparelhagem investigatória que nem a polícia conseguiu ter. Ou não quis.

O pai-acusado faz Alagoas chegar ao fundo do poço.

Com o Judiciário mais lerdo do Brasil e o Ministério Público menos produtivo, outras famílias esperam uma atuação tão firme, como é o caso Dimas Holanda- esquentando alguma estante do Judiciário. Ou Sílvio Vianna, o ápice da descrença da nossa Justiça. Ou o crime PC Farias, que completou maioridade aguardando apenas a prescrição.

O inquérito Fábio Acioli pode mentir. Mas, os números da Justiça e do Ministério Público em Alagoas mostram que, afora os gestos pomposos e as cerimônias nababescas, não somos exemplo em lugar algum do Brasil.

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