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Por que compensa matar bandidos em Alagoas?

A defesa da frase “Bandido bom é bandido morto” revela como funcionam as instituições públicas de Alagoas.

Desde a delegacia que se procura para o registro do roubo do celular (e a quase impossível tarefa de investigação destes casos) até a descrença no poder Judiciário, particularmente no Tribunal de Justiça.

Policiais reclamam que juizes soltam criminosos; magistrados criticam as falhas dos inquéritos.

Diz o inqueritômetro- do Conselho Nacional do Ministério Público- que Alagoas só concluiu metade dos seus inquéritos.

Líder em homicídios, Alagoas poderia ter um TJ mais preocupado em trazer ao alagoano a sensação de viver em uma terra onde as leis funcionam.

Não é assim. Inquéritos de assassinatos dormem até sete anos nas gavetas de alguns juizes.

Pior também nas delegacias: dos 1.130 inquéritos instaurados em 2009, 39 foram finalizados.

Alagoas está em penúltimo lugar. E deveria estar em primeiro, considerando o apoio logístico do Governo Federal no programa Brasil Mais Seguro, que transformou-se em confete: espalhou-se pelo salão e foi recolhido para a lata de lixo.

Mais uma promessa de carnaval. Fica para o ano que vem? Quem sabe!

Sim, na terra que mais mata no Brasil bandido bom é bandido morto. Onde a lei é relativa; onde a maior parte da magistratura não enverga a toga; onde policiais são desistimulados. Atos de bravuta dos tempos do coronel Amaral são bem vindos.

Problema é se o modelo vai funcionar. Podemos ser os primeiros a testar e aprovar o ilógico.

Até hoje, na história, não há exemplos científicos capazes de provar que a violência diminui, com mais violência.

Sempre há a primeira vez. Mesmo sobrando menos gente para contar a história.

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