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Por que a segurança pública alagoana não precisa de herois?

O apoio do governador Renan Filho (PMDB) à 17ª Vara ou ao Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc), do Ministério Público Estadual, só será importante quando for nomeado o novo secretário de Defesa Social.

Mais do que isso: nem os juízes nem os promotores são heróis. Nem assim devem ser tratados. Assim como o novo secretário não pode ser um herói.

O Governo Federal mostra que o combate à violência envolve todas as pastas de uma administração.

Talvez seja esta a razão do fracasso do Brasil Mais Seguro em Alagoas. Coube ao secretário de Defesa Social a resolução da violência. Provou-se que o modelo é um fiasco.

O juiz Maurício Brêda e o promotor Alfredo Gaspar são peças importantes no xadrez da segurança pública alagoana.

Porém, a presença deles, por si só, não alterou os números da violência.

Há razões para entender isso: o setor de inteligência da Polícia Civil sabe dias e horários com maior quantidade de assassinatos no Estado; sabe também o mapa do tráfico, dos criminosos e conhece, também, a atuação dos que usam o colarinho branco para se defenderem, em torno do foro por prerrogativa de função.

Todavia, ainda existem objetivos diferentes entre Gecoc, 17ª e as polícias. E o vazamento de informações atrapalha, sim, a atuação dos juízes e promotores.

Mais que ações sociais, o combate ao crime precisará de uma escolha de Renan Filho: o Conselho Estadual de Segurança será órgão consultivo ou deliberativo?

Mais também: a experiência das escolas em tempo integral será adotada sob qual critério? O eleitoral (nas zonas dominadas pela violência e os caciques políticos)? Ou o técnico?

A violência alagoana é ligada aos problemas sociais brasileiros porém, historicamente, tem elementos bastante individuais. A conivência dos governadores, dos deputados estaduais, da bancada federal está neste caminho- da história.

O jovem Renan Filho desafiará a nefasta tradição?

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