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Por que a saída para Milagres é a federalização?

A saída para a preservação ambiental e humana na Rota Ecológica dos Milagres é a federalização, que também inclui punição aos invasores e proteção aos nativos, ameaçados de morte por resistirem em permanecer onde os outros querem tomar.

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As prefeituras da rota Ecológica (Sao Miguel dos Milagres, Passo de Camaragibe, Porto de Pedras, Barra de Santo Antônio) têm largo histórico de denúncias de corrupção, no passado ou no presente.

Prefeitos e vereadores estão de costas aos interesses do povo. Garantindo o deles- e nem é tanto assim- o resto não tem importância.

Se uma empresa de turismo compra um espaço de areia e parte do mar para que apenas seus consumidores desfrutem da culinária tradicional- e nada disso é denunciado pelos prefeitos ou vereadores- é porque existe conivência, alcovite. São cúmplices.

Também não há como esperar que o Instituto do Meio Ambiente tenha condições de fiscalizar a área. O IMA nem sente o cheiro podre vomitado no ar em tempos de safra da cana de açúcar no região norte, que dirá fazer um trabalho sério, responsável e competente na rota ecológica.

Estamos falando de terrenos a preços milionários e os interesses do dinheiro atropelam quem queira desafiar os negócios. Essa turma não brinca: é chumbo grosso, com proteção de muita gente mais capangas monitorando todos os passos.

É uma área descoberta de tudo: serviços públicos, saneamento, polícia, liberdade política.

Sequestraram a beleza do lugar. O povo se identifica com o silêncio. Lógico que em condições assim não vale a pena ser mártir.

A Rota Ecológica dos Milagres está privatizada e sem regras. A saída está em Brasília. Se Deus vier, lembrando Guimarães Rosa, que venha armado.  O jogo é bruto.

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