Não é qualquer pessoa que pode humilhar um guarda municipal nem um policial civil ou militar em público.
Somente pessoas como um desembargador, com salário que pode chegar a R$ 57 mil por mês. E quando este desembargador, mesmo filmado, rasga uma multa- por não usar máscara na rua- ou se nega a obedecer um decreto municipal- por não ser uma lei- ele só pode mostrar que está acima da lei para alguém que ganha R$ 3 mil, salário do guarda municipal humilhado por ele, na rua.
Em março de 2013, 3 guardas municipais de Santos foram condenados a 2 anos e 4 meses de prisão. Foram acusados de torturar uma moradora de rua, viciada em crack. No carro, diz a ação, a jovem foi xingada, teve os cabelos cortados por canivete, golpeada na sola dos pés por cassetete, além de tapas no rosto e jogou um líquido que ardia nos olhos.
Devem existir muitas explicações para esta selvageria. E, talvez, uma delas seria: o guarda municipal ganha mais que um morador de rua, viciado em crack.
Por mais servidores públicos que tratem todos os cidadãos abordados nas ruas como desembargadores.
Por menos desembargadores que tratem todos os cidadãos como piniqueiros.
