Os frutos da ignorância cultivada podem ser deveras amargo. Contestação triste neste contexto, quando a ameaça é invisível, sendo percebida em seu aspecto fenomênico apenas quando já é tarde demais.
Eis a impressão que passa a quem observa a vida “normal” das pessoas no interior alagoano, onde a maioria assenta afirmações na fé religiosa para combater o vírus que gerou a pandemia.
Este povo tem sido mantido (intencionalmente) à margem da realidade do próprio país e do mundo.
Se em apenas uma década tal condução estava nas mãos das autoridades locais, que são as primeiras responsáveis pela cultura do não-saber, hoje desliza entre as manipulações de pastores evangélicos e mensagens de grupos virtuais.
O império de Banon deixou rastro letal no modus vivendi de grossa parte da nação.
Corona vírus promete reinar nestes rincões.
As pessoas não acreditam em sua letalidade, se declaram ungidas e continuam se aglomerando normalmente, com risinhos e zombarias relativamente à compra de álcool em gel e quarentena.
De agora, um surdo pavor nos abala com relação ao que será este futuro, quando os hospitais locais cumprem apenas a sina de serem receptadores de verbas públicas, oferecendo ao seu doente uma cama fria e desnuda, lotando ambulâncias com casos que exijam mais do que uma dose de dipirona rumo ao Hospital Geral de Alagoas, em Maceió.
Quantos corpos padecerão pela recusa da cabeça, em pensar?