O Seminário sobre o Plano Nacional de Educação (PNE) que aconteceu na capital alagoana como ação vinculada ao gabinete do deputado federal Rafael Brito, teve uma pincelada democrática afirmando que o público poderia se inscrever para falar depois da terceira mesa, o que em si já desanimava, mas os professores se inscreveram, mesmo que no ato da inscrição precisassem dizer para a assessoria do deputado qual pergunta iriam fazer. Esse item foi questionado, e o próprio Rafael Brito pediu que retirasse.
Contudo, após espera silenciosa do público pela finalização das mesas, onde a maioria dos palestrantes ultrapassaram o tempo estipulado, comprometendo o momento das falas dos trabalhadores presentes, o anúncio de apenas 2 minutos também não foi suficiente para fazer os inscritos desistirem de falar.
Levando em conta o contexto de tensão que movimenta a educação pública alagoana como um todo, a voz de quem trabalha com a educação na vida real merece ecoar. Mesmo tratando de um tema de interesse público vinculado a estes trabalhadores, o próprio deputado se posicionou de maneira a coibir essa livre expressão, quando sua assessoria chegou a desligar o microfone com uma professora falando, ela defendia a gestão democrática. Foi silenciada neste momento, e isso serviu para mostrar a forma com a qual os políticos alagoanos que estão no poder percebem o valor da voz de quem educa, ou seja, quase nenhum.
O professor que aparece no vídeo abaixo, fez sérias denúncias de descaso, assim como apontou o uso do dinheiro do Fundeb para contratação de empresas privadas como razão da péssima estrutura com a qual convivem os trabalhadores e alunos de uma escola onde 95% dos professores são precarizados.
Rafael Brito, que se elegeu sob a alcunha de “Tio Rafa”, nome que montou dentro da Secretaria Estadual de Educação, de onde saiu para concorrer ao cargo público, mostrou seu descontentamento com a abordagem crítica dos professores, fazendo defesa pública da gestão.