PMDB já cobra preço da CPMI Cachoeira: cargos no Governo

Os dois parlamentares escolhidos para as duas cadeiras serão os atores políticos encarregados de administrar os trabalhos da CPI e dar ritmo às investigações

Correio Braziliense

Antes mesmo de a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Cachoeira ser instaurada, já cresce o apetite dos partidos pelos cargos mais importantes do colegiado. As duas maiores bancadas no Congresso, PMDB e PT, têm a prerrogativa de indicar o presidente e o relator. As duas siglas acordaram que o presidente seria um senador peemedebista e o relator, um deputado federal petista, para contemplar representantes das duas Casas. Os mais cotados são o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), para a presidência, e o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), para a relatoria.

Os dois parlamentares escolhidos para as duas cadeiras serão os atores políticos encarregados de administrar os trabalhos da CPI e dar ritmo às investigações. Por isso, o Planalto acompanha a escolha com lupa para tentar emplacar nomes considerados de confiança para os postos. A intenção é blindar a base aliada dos riscos que envolvem as apurações. Tanto Vital como Vaccarezza surgem como alternativas capazes de desempenhar a função, além de terem a oportunidade de voltarem a se cacifar politicamente, se conseguirem atender aos anseios do Planalto.

O nome do peemedebista, ligado ao líder do PMDB, senador Renan Calheiros (AL), já foi ventilado para ocupar um ministério na Esplanada e para a Presidência do Conselho de Ética do Senado. Vital recusou o segundo e não foi oficializado no primeiro. Já Vaccarezza deixou a liderança do governo na Câmara e está esvaziado — desgastes com nomes do alto escalão do Planalto seriam, inclusive, um entrave. “Nenhum dos dois estão garantidos na CPI. O PMDB ainda não fechou o Vital, e parte do PT quer Luiz Sérgio (PT-RJ), mas Vaccarezza é o favorito”, afirmou o líder de um partido da base no Senado.

Publicamente, ambos negam que tenham sido sondados, embora trabalhem nos bastidores para que sejam oficializados. “Não sou candidato a nada e não fui sondado por ninguém”, despistou Vaccarezza, sem rechaçar a possibilidade de assumir a cadeira, caso surja a oportunidade.

.