Ícone do site Repórter Nordeste

Plano de segurança não funciona, dizem entidades

As declarações do ministro causaram mal-estar em entidades alagoanas e foram criticadas pelos sindicatos dos Médicos e Policiais Civis.
– Esse plano não funciona e nem vai funcionar. Nunca nos enganou. É simples: não chamaram os policiais militares, os civis, peritos, os agentes penitenciários, os bombeiros para se discutir. Tudo foi feito atrás do birô, com ar condicionado, disse o presidente do Sindipol, Josimar Melo.
– Não há valorização profissional. Um policial da Força Nacional ganha R$ 9 mil em diárias. Isso desmotiva os policiais daqui. Foi um plano empurrado goela abaixo.
Veja também: Crimes ajudam a sustentar estrutura do batalhão militar
Melo leva em conta a situação das delegacias e do Instituto Médico Legal Estácio de Lima, no bairro do Prado, em Maceió. Há dois anos, o Ministério Público Estadual recomendou que o prédio fosse interditado por jogar a água que lavava os corpos no meio da rua.
– Eles têm os números que a gente não confia porque, para nós, números confiáveis são os do Ministério da Saúde, baseados no Serviço de Verificação de Óbito. Nós temos o dia a dia das ruas. Pergunta para qualquer alagoano se ele se sente seguro. Esse o plano “Brasil Inseguro”, disse o sindicalista.
Presidente do Sindicato dos Médicos, Wellington Galvão, diz que os médicos legistas não têm condições de trabalho e os laudos periciais só ficam prontos em Alagoas porque os peritos lutam contra “o descaso”:
– O nosso IML funciona no improviso. Foi prometida uma reforma que até o dia 25 de outubro estaria pronta em um prédio anexo ao instituto, até que o local definitivo fosse inaugurado. E nada. O Brasil Mais Seguro só existe na propaganda, que é muito bonita por sinal, afirma.
O governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) evitou comparar Alagoas com a Suíça. E falou que o plano ainda precisava de mais ações- apesar de mostrar, também, entusiasmo com os números.
– Na medida em que se prendem mais pessoas, precisa-se ter mais estrutura nos presídios, mais leitos. Na medida em que se apreende explosivos, como estamos fazendo agora, desbaratando muitas quadrilhas, aí aumenta o número de explosivos. As demandas são muito grandes. Preciso de mais policiais, de equipamentos mais sofisticados, de comunicação, de videomonitoramento. Então, agora, estamos encorpando isso, disse o governador.
– Há muito a corrigir e muito a acrescentar. Por exemplo, o IML está em petição de miséria. Estamos construindo um novo IML. Assim como também estamos [construindo] um novo Instituto de Criminalística. As delegacias de homicídios, montamos uma em Maceió e agora em Arapiraca [cidade do agreste alagoano] também são outras ferramentas.
Sair da versão mobile