Na ânsia de buscar uma solução para as milhares de famílias no bairro do Pinheiro que assistem a um estranho fenômeno geológico comprometendo imóveis, o procurador-geral de Justiça, Alfredo Gaspar de Mendonça, pode estar metendo os pés pelas mãos, aumentando a já amplificada sensação de pânico entre os 19 mil moradores mais as 700 crianças que estudam em escolas municipais do bairro.
Mendonça quer a suspensão imediata das licenças ambientais- via IMA- da Braskem para exploração do sal abaixo do solo no Pinheiro.
O chefe do Ministério Público em Alagoas vai pedir esta suspensão ao governador Renan Filho, que é quem manda no IMA.
A Braskem avisou a Gaspar de Mendonça que a exploração dos quatro poços existentes no Pinheiro estão suspensas.
Se a atitude da empresa é preventiva e a extração do sal parou, para quê a suspensão?
O Ministério Público Federal é quem tem a competência de investigar o “afundamento” dos imóveis e sua relação com as atividades da Braskem.
No relatório publicado na imprensa e assinado pelo Serviço Geológico do Brasil, existem 3 hipóteses em investigação. A extração do sal é uma delas.
Nem o MPF construiu uma solução tão radical envolvendo a empresa por não ter nenhuma prova, dos pesquisadores analisando o solo da região, sobre uma culpa definitiva da Braskem.
O que o procurador-geral de Justiça sabe que os demais não dizem?
Como fiscal da lei, Alfredo Gaspar sabe que a Braskem pode buscar suas garantias na Justiça, piorando o clima de tensão entre os moradores, em peregrinação pelo poder público em busca de informações contra os boatos.
As crianças nas escolas municipais no Pinheiro estão sendo removidas; os moradores precisam de ajuda para que o Governo Federal mantenha o pagamento do aluguel social e a Justiça não seja morosa nas garantias da lei a pessoas agora desabrigadas.
Soluções mágicas sob holofotes são imaturas. É real o medo dos moradores. Irreais são as varas de condão. O momento exige mais disposição ao diálogo.
