A Polícia Federal revelou nesta semana detalhes de um esquema de desvio de recursos públicos por meio das chamadas emendas Pix, em investigação batizada de Operação Overclean. As apurações apontam que parlamentares usaram brechas no sistema de repasses para enviar verbas federais a municípios sem necessidade de justificar o destino dos recursos, facilitando fraudes em licitações e o pagamento de propina a empresários aliados.
Segundo a PF, o modelo das emendas Pix — que permitia transferências diretas a estados e prefeituras sem exigência de projetos específicos — foi utilizado para irrigar contratos superfaturados e beneficiar empresas de fachada. As investigações se concentram especialmente no estado do Tocantins, onde foram cumpridos mandados de busca e apreensão em cidades como Palmas e Gurupi, além de ações em Brasília e São Paulo.
Mensagens obtidas pela PF e enviadas ao Supremo Tribunal Federal revelam a atuação coordenada de assessores parlamentares e empresários para fraudar licitações e distribuir recursos públicos de forma ilícita. Estima-se que o grupo tenha movimentado cerca de R$ 1,4 bilhão em verbas federais.












