PF: ex-prefeitos indiciados por direcionar licitações

A Polícia Federal (PF) indiciou seis pessoas entre ex-prefeitos, empresários e servidores públicos por desvio de R$ 5,8 milhões nas áreas de saúde, transporte escolar e obras. Eles foram indiciados por corrupção, formação de quadrilha, peculato e direcionamento de licitações na operação “Teto de Vidro”, realizada pela Polícia Federal em conjunto com Controladoria Geral da União (CGU).

De acordo com a apuração da reportagem do Capital News, entre os indiciados estão: Adão Arantes, ex-prefeito de Rochedo, que está detido por porte ilegal de arma, Teofilo Massi, ex-prefeito de Corguinho, Neder Afonso da Costa Vevodato, ex-prefeito de Miranda, os empresários Julio Cezar Stimer, Aurélio Nogueira Costa, da empresa Cirumed.

A Cirumed já foi citada em outra operação policial, a Uragano em 2010 por sua ligação com o ex-deputado Ary Rigo e com empresário Sisuo Uemura no superfaturamento de medicamentos em Dourados. A empresa presta serviços para diversos municípios do Estado, inclusive a capital Campo Grande.

Segundo a superintendente da CGU, Janaína Gonçalves de Faria, o primeiro indício de irregularidade foi identificado no município de Corguinho, após o 33º sorteio de auditoria em 2010.

No relatório da auditoria consta que a Cirumed, empresa que fornece produtos de saúde foi convidada para uma licitação por meio de uma carta convite. Ela apresentou seu orçamento em uma ficha fora do padrão da prefeitura, as outras empresas também apresentaram os orçamentos no modelo irregular, o que demonstrou que poderia ter ocorrido um conluio entre as empresas. Também foi constatado o superfaturamento de 50% do valor da compra analisada. Após essa constatação, CGU enviou amostras de outras possíveis irregularidades envolvendo a Cirumed em outros municípios. Também é investigada a não entrega de medicamentos e produtos hospitalres pela empresa.

Até o início desta tarde, foram apreendidos cinco malotes de documentos, diversos computadores e sete armas, que estavam no poder ex-prefeito de Rochedo, Adão Arantes, que foi detido pela falta de registro dos armamentos.

De acordo com o superintendente da PF, Edgar Paulo Marcon, a investigação era para ter sido realizada em 2012, mas devido ao foro privilegiado dos prefeitos, o processo foi parar no Tribunal Regional Federal, o que atrasou um pouco o andamento do processo, que contou com interceptações telefônicas realizada com autorização da Justiça no ano passado e com relatório da CGU.O processo segue em sigilo.

A operação foi desencadeada em sete locais em Campo Grande e em prefeituras e residências de Aquidauana, Miranda, Bonito, Rochedo e Corguinho. Cerca de 100 policiais ainda cumprem 18 mandados de busca e apreensão acompanhados por oito servidores da Controladoria.

A operação Teto de Vidro é resultado de duas investigações iniciadas em 2010 e 2012, a partir de fiscalizações feitas pela CGU. Segundo a Controladoria, o grupo investigado atuava com montagem de processos licitatórios sem que houvesse real competição entre as empresas concorrentes.

Até o momento os fatos apurados são de 2012 e de anos anteriores, não havendo constatação de fraudes ou crimes em relação aos atuais prefeitos dos municípios investigados. As investigações prosseguirão com a análise dos materiais apreendidos e coleta de depoimentos e interrogatórios.

Fonte: CapitalNews

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