PF descobre planos do Hezbollah no Brasil e suas ligações com o PCC; entenda

A prisões realizadas nesta quarta-feira (08) pela Polícia Federal (PF) evidenciou a presença e o funcionamento da organização xiita islâmica Hezbollah no Brasil. Os suspeitos são dois brasileiros, de descendência libanesa, que são acusados de planejarem ataques contra a comunidade judaica no país.

As investigações da Polícia Federal também revelaram ligações entre o Hezbollah e o Primeiro Comando da Capital (PCC), relacionadas principalmente a atividades ilegais de contrabando e tráfico de drogas.

Os planos para os ataques teriam se intensificado no contexto dos conflitos entre o grupo palestino Hamas e o governo de Israel na Faixa de Gaza.

Segundo a PF, um grupo composto por pelo menos quatro pessoas já havia identificado possíveis alvos para ataques em diferentes partes do Brasil, incluindo a Embaixada de Israel em Brasília.

O Hezbollah, organização apoiada fortemente pelo Irã, possui tanto um braço político quanto um braço armado. No Brasil, o grupo se estabeleceu durante a imigração em massa de libaneses na década de 1980, que buscavam fugir da guerra civil no Líbano.

Diante desse contexto, as autoridades brasileiras estão preocupadas com a possibilidade de conexões entre o Hezbollah e facções criminosas envolvidas no tráfico internacional de drogas, sobretudo na região da Tríplice Fronteira. Relatórios do governo dos Estados Unidos também mencionaram essa possibilidade.

As investigações contaram com o apoio dos serviços de inteligência dos Estados Unidos e de Israel. A operação foi denominada Trapiche. Os suspeitos já estavam na lista de procurados da Interpol.

O Hezbollah utiliza rotas brasileiras controladas pelo PCC, como a Tríplice Fronteira e o aeroporto de Guarulhos, para realizar o transporte de drogas, o que demanda negociações com a facção paulista.

Essa parceria entre o Hezbollah e o PCC tem se fortalecido ao longo dos anos.

*Com informações da BBC News Brasil

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