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PF apura desvios de recursos da Covid em Alagoas

A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira (25), a segunda etapa da Operação Palude, que atua na investigação de possível organização criminosa especializada no desvio de recursos públicos. Em Alagoas, a operação acontece nos municípios de Maceió, Barra de São Miguel e Marechal Deodoro.

O trabalho investigativo teve início no ano de 2020, com a finalidade de apurar supostos desvios de recursos destinados ao enfrentamento da Covid-19, no município de Pacatuba, interior de Sergipe. As investigações realizadas pela Polícia Federal confirmaram as suspeitas da Controladoria Geral da União (CGU) quanto à ocorrência de irregularidades na contratação e execução dos serviços e, ainda, na destinação dos recursos ao município, no montante de R$ 1.071.221,90.

Após procedimentos de busca realizados na primeira fase do trabalho, as análises indicaram que as seis empresas convidadas a participar dos procedimentos licitatórios suspeitos efetivamente compunham a mesma organização criminosa.

Na residência de um dos investigados foi localizada farta documentação relativas a aproximadamente 15 pessoas jurídicas, incluindo carimbos, logomarcas, assinaturas avulsas, documentos de identificação pessoal utilizados com o objetivo de fraudar os processos.

As medidas constritivas desencadeadas na fase inicial permitiram a localização de planilhas apreendidas em poder dos investigados e indicaram, ainda que de forma preliminar, prejuízos aos cofres públicos no montante de R$ 21.583.597,10. Estes valores foram adotados como fundamento para a efetivação de medida cautelar de sequestro de bens e valores, visando o ressarcimento ao erário.

Identificada a atuação do grupo criminoso, como forma promover sua descapitalização, foram representadas medidas cautelares junto a 9ª Vara Federal em Sergipe.

Dessa forma, mediante manifestação favorável do Ministério Público Federal, a Justiça Federal autorizou o cumprimento de 46 mandados de busca e apreensão.

Também foram alvo da operação os municípios de Aracaju (SE), Barra dos Coqueiros (SE), Lagarto (SE), Nossa Senhora da Glória (SE), Pacatuba (SE), Propriá (SE), Carira (SE), Itabaiana (SE), Itaporanga (SE), Malhador (SE), Simão Dias (SE), Cipó (BA), Itapicuru (BA), Ribeira do Pombal (BA), Vitória (ES) e São Borja (RS).

Além disso, estão sendo cumpridos 9 mandados de prisão preventiva e 61 mandados de indisponibilidade de bens.

A ação policial contou com a participação de 200 policiais federais e 8  auditores da CGU.

Os envolvidos responderão pela prática de crimes de corrupção passiva, corrupção ativa, peculato, dispensa indevida de licitação, fraude à licitação, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Operação Palude

A cidade de Pacatuba também é conhecida como “o Pantanal Sergipano”, advindo daí a referência ao nome “Palude”, que significa pântano, pantanal, alagado, lodaçal.

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