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Pesquisas Cozinhadas em Alagoas

Luiz Eduardo Simões de Souza- Historiador Econômico

Comer na rua pode ser um grande prazer, e normalmente é. Mas também pode ser um grande risco. Uma vez pedido o prato, dificilmente se sabe como este foi preparado, das suas condições de seus ingredientes ou das condições de higiene de quem o preparou. Enfim, é um tiro no escuro e acaba-se aceitando a comida, em última análise, de boa fé. Ao final, trata-se de uma questão de credibilidade. Bons restaurantes oferecem comida idônea, via de regra. Por outro lado, tudo o que separa um restaurante idôneo de uma biboca sujismunda infecta é o primeiro tropeço de limpeza.

O alimento para a reflexão é a pesquisa, que nutre o intelecto com informações. Esta deve ser feita com seriedade e zelo, sem torcida pelo resultado de melhor conveniência política, sem buscar agradar à mão que alimenta (e motoriza, e bota para morar no Aldebaran, e paga viagem para Lisboa no final do ano, etc, etc, etc). Quem busca descrever e interpretar a realidade, não deve fugir dela.

Então, as pesquisas devem ser feitas com muito mais seriedade em Alagoas. Fazer pesquisa de arranjo produtivo local (APL) pelo telefone? Nem pensar. Calcular percentual de amostra menor do que cinquenta? Zero em Estatística, volte pro ensino médio, filho.

Agora, eliminar do questionário da pesquisa eleitoral justamente o candidato que oferece projeto alternativo à plutocracia ora instalada no Estado (com todo o respeito ao simpático mascote do Mickey, que não tem nada a ver isso, fora a homofonia), isso sim é algo mais sujo do que cozinhar sem lavar as mãos antes, cuspindo no prato e assoando acintosamente o nariz na toalha antes de servir os “dados” às nossas reflexões. Isso é fuleiragem, e da grossa. Uma coisa dessas aposta na safadeza de algumas, porque exclui do páreo justamente o diferente e o novo. Aposta também na estupidez de todos, pelas mesmas razões.

Diga não à fuleiragem, Alagoas!

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