Repórter Nordeste

Pesquisadores brasileiros e americanos avaliam risco de extinção entre répteis e anfíbios

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Pesquisadores brasileiros e americanos estão em Sergipe executando um estudo para estimar o risco de extinção de espécies de répteis e anfíbios no mundo diante do aquecimento global.  A pesquisa acontece no Monumento Natural Grota do Angico, localizado no município de Poço Redondo, no Alto Sertão do Estado.

Uma unidade de conservação ambiental da Caatinga, que é mantida pelo Governo do Estado através da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), está no local desde o dia 13 de setembro. Ela concede suporte a uma equipe formada por 20 pessoas, entre professores da Universidade de Brasília, Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Universidade Federal de Sergipe (UFS), Universidade da Califórnia, Universidade de Ohio e alunos de graduação, pós-graduação e pós-doutorado das respectivas universidades para execução da pesquisa.

“Estamos identificando, entre outros fatores, a temperatura preferencial dos répteis e anfíbios no habitat natural; as temperaturas críticas mínimas e máximas, que apontam as limitações dos animais diante das condições climáticas; o desempenho deles em diferentes temperaturas; e a umidade do ambiente para os anfíbios”, explica o professor da UNB, Guarino Colli.

O estudo tem como objetivo realizar o mapeamento das áreas de preservação ambiental, indicando se são realmente adequadas para a sobrevivência dos animais. “No contexto das mudanças climáticas previstas, as áreas de preservação ambiental podem não ser adequadas para a manutenção da vida dos animais. É um meio de avaliar como as espécies respondem às mudanças climáticas e averiguar quais aquelas que mais sofrerão com o aquecimento global”, detalha o professor Daniel Mesquita, da UFPB.

A pesquisa faz parte de um projeto mundial coordenado pelo Instituto de Estudos da Ecologia e Evolução dos Impactos Climáticos da Universidade da Califórnia e está acontecendo em diferentes países. No Brasil, o mesmo estudo realizado em Sergipe está sendo executado no Cerrado e na Mata Atlântica com a finalidade de identificar como os répteis e anfíbios se comportam em diferentes biomas do país.

“Queremos compreender como o aquecimento global pode afetar o comportamento das espécies de fauna e flora no mundo e como a intervenção humana pode agravar ainda mais a situação. Toda esta questão implica em conseqüências para nós humanos, já que essas mudanças podem interferir na disponibilidade da água no mundo”, alerta o diretor do Instituto de Estudos da Ecologia e Evolução dos Impactos Climáticos da Universidade da Califórnia Barry Sinervo.

A conclusão do projeto está estimada para acontecer em três anos. Toda a equipe de professores permanecerá em Sergipe ao longo de uma semana, período em que estão treinando os estudantes envolvidos no projeto para que possam dar continuidade ao estudo e melhorar a qualidade da amostragem nas suas respectivas áreas de atuação. “Todas as informações coletadas serão combinadas para compor o estudo”, finaliza o professor Guarino Colli.

A rede de pesquisa está sendo financiada pelo governo brasileiro, através do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ), e de agências norte-americanas, como a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (Usaid), Fundação Nacional de Ciências (NSF) e a Academia Nacional de Ciências (NAS).

*Com informações da SEMARH/G1

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