Revista Brasileira de Ciências Agrária – Paulo R. das D. da Silva, Maria D. Landgraf, Maria Olímpia O. Resende. 
O crescimento populacional requer aumento da produtividade agrícola, devido à maior demanda por alimentos e fibras, e pela dimuição das áreas agricultáveis devido à construção de moradias, por outro lado.
Como consequência, a aplicação de grande quantidade de fertilizantes, sejam estes sintéticos, orgânicos ou organominerais, é requerida.
Tais fertilizantes devem ser adicionados de forma a entender os critérios econômicos e conservar a fertilidade do solo, mantendo ou elevando a produtividade do solo sem menosprezar os impactos ambientais que doses elevadas podem causar.
No Brasil, as previsões realizadas até 2019 são de que a área cultivada de soja deverá crescer 5,2 milhões de hectares; a área de milho, 1,75 milhão de hectares; a área de cana-de açúcar deve crescer 6,0 milhões de hectares, e as áreas de arroz e trigo devem também aumentar.
No total das lavouras analisadas, o Brasil deverá ter um acréscimo de área cultivada da ordem de 15,5 milhões de hectares nos próximos anos, o que leva a um aumento no consumo de fertilizantes e corretivos utilizados para melhorar a fertilidade do solo.
Analisando esses dados, pode-se inferir a importância do desenvolvimento de novos fertilizantes que sejam mais econômicos e que possam ser produzidos em território nacional.
Dentro deste panorama, a utilização de fertilizantes orgânicos, simples, mistos e compostos, produzidos a partirn de resíduos orgânicos sem valor agregado e que inicialmente seriam um problema ambiental, representa uma alternativa de grande sustentabilidade.
A vermicompostagem é o processo de transformação de matéria orgânica recente em matéria orgânica estabilizada. O vermicomposto tem sido visto como uma alternativa de grande sustentabilidade, pois é um material rico em nutrientes utilizáveis pelas plantas, podendo ainda ser usado como fertilizante e condicionador das propriedades físicas, químicas e biológicas do solo, desde se enquadre dentro dos limites de uso seguro.
O objetivo deste trabalho foi avaliar o potencial agronômico de vermicomposto obtido a partir de lodo de esgoto doméstico e misturas de lodo de esgoto doméstico e solo.
De maneira geral, a vermicompostagem mostrou-se eficiente para ser utilizada como técnica de estabilização do lodo de esgoto doméstico. O substrato final do tratamento possui um alto potencial para ser utilizado na agricultura como fertilizante orgânico, fornecendo desta maneira, uma destinação ambiental adequada ao lodo de esgoto doméstico.