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Em entrevista a Folha de São Paulo, a pedagoga Helena Machado de Paula Albuquerque, da Faculdade de Educação da PUC-SP, criticou a medida, da Secretaria Estadual de Educação e Esportes de Alagoas, de colocar publicidade de empresas privadas em uniformes escolares de instituições públicas de Alagoas.
Para ela, a medida é um desrespeito ao aluno.
“O fato de utilizar a criança como meio de propaganda, por princípio, é inadequado”, diz.
Segundo a pedagoga, a falta de recursos “não pode ser desculpa para o Estado agir inadequadamente, mas deve estimular a reflexão e a busca de alternativas”.
De acordo com a psicopedagoga Marisa Ester Aldecoa Rosseto, do Colégio Arquidiocesano, de São Paulo, a partir do momento em que a escola coloca o logo de uma empresa em seu uniforme ela está referendando a empresa ou seu produto.
“A escola não pode ser partidária de nenhum tipo de produto”, afirma.
Uniformes de alunos das escolas públicas estaduais de Alagoas poderão ter, a partir de 2012, propaganda ou logotipos de empresas privadas.
O Governo do Estado sancionou na semana passada uma lei que permite que empresas patrocinem as escolas com doação de uniformes, material escolar e mobiliário. Em contrapartida, elas podem estampar seu nome nos uniformes dos estudantes.
Segundo a Secretaria da Educação de Alagoas, o patrocínio foi a forma encontrada para fornecer o uniforme gratuitamente aos alunos, já que o Estado não tem recursos para isso.
A lei veta o patrocínio de empresas ligadas à produção ou à comercialização de bebidas alcoólicas e tabaco.
Hoje, as peças do uniforme são bancadas pelas famílias dos alunos, mas seu uso não é obrigatório.