O que parecia ser a retomada de mais um dia de trabalho se transformou em mais um dia de tensão na obra da Refinaria Abreu e Lima. Após a entrada tranquila no início da manhã, um grupo de trabalhadores começou a questionar o desconto dos dias parados durante a greve e o pagamento das cestas básicas, o que fez retornar a tensão no local. Neste momento, os trabalhadores estão sendo liberados pelas chefias, segundo o Sindicato da Indústria Nacional da Construção Pesada (Sinicon), devido ao medo das chefias de que algo mais grave aconteça.
O retorno dos trabalhadores à obra deveria ter acontecido desde a última quarta-feira, depois que a Justiça do Trabalho decretou a ilegalidade da greve iniciada oficialmente no dia 1º de agosto.
No entanto, após assembléia que comunicou a decisão judicial, um grupo de descontentes iniciou protesto que terminou com quatro ônibus incendiados e apedrejamento do carro de som do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Pesada (Sintepav). A polícia precisou agir para conter a manifestação e chegou a utilizar balas de borracha e bombas de efeito moral.
Ontem (quinta, 09/08), o que impediu o reinício das atividades foi uma paralisação dos motoristas – com receio de novos protestos e reclamando falta de segurança. Menos de 50% dos funcionários da obra da refinaria compareceram, sendo liberados em seguida devido ao clima tenso no local. À tarde, foi a vez dos operários da Petroquímica Suape serem dispensados, depois de várias pessoas receberem telefonemas com ameaças de apedrejamento dos ônibus no fim do turno.