Uma mulher de 25 anos morreu na madrugada de terça-feira, 4, enquanto dormia ao lado do namorado, 35 anos mais velho, em Sousa, no interior da Paraíba. O homem garantiu à polícia que acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) por duas vezes, mas que teve o atendimento recusado.
José Deusdete Barbosa de Lima, 60 anos, afirmou em depoimento ter sentido o corpo de Adelma Campos Ferreira bastante agitado pouco antes das 2h50. Ele contou à Polícia Civil que pensou, em um primeiro momento, que a moça estivesse apenas buscando “uma posição mais confortável” na cama que os dois dividiam. Em seguida, quando havia parado de se mexer, ele sentiu o corpo da jovem “um pouco frio”. Então, acionou o Samu. As informações são de Luiz Carlos Pereira, delegado do 1º Distrito Policial de Sousa, onde Lima foi ouvido.
Ainda em depoimento, Lima disse que exatamente às 2h50 ligou para o Samu e ouviu da atendente que uma equipe não poderia ser enviada até o local naquele momento, mas somente ao amanhecer. O homem ainda tentou contato mais uma vez, às 3h47, e obteve a mesma resposta. Também foi orientado a procurar a polícia. As duas ligações estão registradas na memória de discagem do telefone de Lima, conforme assegurou o delegado.
Em contato com o Terra o supervisor administrativo do Samu de Sousa, Suelio Alves da Silva, afirmou que, ao ligar para o serviço de emergência, Lima disse à atendente que acordou no meio da noite e percebeu que a mulher já estava morta. Foi, então, orientado a procurar a polícia. No segundo telefonema, segundo o supervisor, Lima recebeu a mesma orientação.
A justificativa é que, em caso de “óbito consumado”, o Samu não atende a ocorrência e não pode realizar a remoção do corpo para o hospital, por se tratar de “morte suspeita”.
De acordo com a Polícia Militar, que atendeu a ocorrência, o corpo da jovem foi encaminhado para exame pericial, no IML de Patos, também na Paraíba. Com o resultado do exame, a Polícia Civil saberá a causa e o horário da morte de Adelma. A hipótese de homicídio não está totalmente excluída, mas, conforme esclareceu Pereira, as chances são muito pequenas, já que não há nenhuma evidência que sugira isso.
A Polícia Civil de Sousa afirma que o acusação de Lima e da família da vítima de omissão do socorro por parte do Samu cabe ao poder judiciário e que está à disposição para auxiliar nas investigações do caso.
As informações são do Terra.
