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Paulo Gracindo: os 100 anos que começaram em Alagoas

A tevê não tinha se instituído como o elo de integração nacional, que consolidaria a indústria cultural no Brasil, mas o intérprete e locutor Paulo Gracindo (1911 — 1995) já fazia parte do cotidiano dos brasileiros. Ali, de ouvidos encostados no rádio, ele arrancava lágrimas como Albertinho Limonta, o mocinho da radionovela O direito de nascer, e gargalhadas no papel de o Primo Rico em Balança mas não cai. Já estava traçado aí o caminho para a construção de um mito de ator, amplificado pelo teatro, cinema e televisão.

No ano 1938, o jovem Pelópidas Guimarães Brandão Gracindo já tinha se transformado no comunicador Paulo Gracindo, estrela da Rádio Nacional, testemunha ocular no nascimento de grandes estrelas da MPB. Até chegar ao status de apresentador e de ator, empenhou uma luta pessoal contra a tradição familiar. Queria ser ator de teatro, mas o pai, Demócrito, político influente das Alagoas, tinha decretado que se o filho subisse no palco, ele o arrancaria de lá pela gola. Não havia outro jeito. O rapaz predestinado

Livro escrito por Gracindo Junior e Mauro Alencar. Foto: Divulgação

fugiu pro Recife, com a roupa do corpo e o dinheiro no bolso, e foi saciar a sede de liberdade. Meses depois, soube que o pai tinha ficado doente de tristeza. Voltou e o encontrou de coração manso.

“Infelizmente, meu pai não pôde curtir esse novo pai, que faleceu em 1928, quando o filho tinha apenas 17 anos”, conta Gracindo Junior no livro Um século de Paulo Gracindo, o eterno bem-amado.

As informações são do Correio Braziliense

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