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Patrícia, presépio de Sama, no Natal da luta

No Natal mais atípico que lembro ter vivido retiro um pedaço desta realidade que dói na imagem maternal de Pavitra Garado ou Patrícia Garcia – a mãe de Sama Ñamandu.

Esta mulher que rompe as fronteiras da cultura ocidental e rasga em nossos olhos a alma da Pátria Grande! Esta mãe que grita aos quatro ventos pelo direito humano universal que lhe é próprio e também se estende ao filho, na vivência da maternidade integral e lactância à livre demanda.

O instituído brasileiro revira sua pequenez de testemunho histórico afastando mãe e filho sob parcas justificativas, entre elas um certo risco nutricional pelo fato da mãe ser vegana, hipóteses nati-morta diante da ciência e das leis naturais.

Apesar de tudo o que já dito, mostrado, provado e contestado, o judiciário brasileiro do município de Foz de Iguaçu, no Paraná, ainda não desfez o equívoco punitivo, que desde agosto de 2020 separou dois corpos que se ligam pelos liames intrínsecos do espírito.

Patrícia não dorme nem desiste, mas paga na carne o preço de ser quem é, ser o que é; viver em respeito à natureza de modo profundo e intenso, como marca de sua cultura e fé.

Na imagem desta luta de mãe nosso blog abraça este Natal!

O Natal da esperança contra toda forma de injustiça!

Natal de identidade estendida à América Latina, nossa casa maior.

Natal de força e resistência na imagem estrangeira de Patrícia, tão nossa, tão rejeitada!

Natal de unificação de vários corações maternais feito vozes de apoio, incentivo, a esta mãe de menino iluminado que luta para lhe oferecer o peito e saciar a fome, instigando o mundo a olhar a força deste gesto primevo, mantenedor de vida!

Neste presépio de espinhos nasce e renasce as lutas das mães injustiçadas, e este Natal cotidiano precisa tocar os corações de todos para que enfim, brilhe Jesus no mundo!

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