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Parceiro de Lula, PSB deve apoiar rival de Calheiros ao Governo de Alagoas

Ex pres Lula ao lado do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) e do governador Renan Filho. Foto Ricardo Stuckert

A aproximação entre o PT e o PSB em alguns estados-chaves pelo país- o principal deles é Pernambuco- não deve acontecer em Alagoas, principalmente em Maceió, quando os dois partidos estão em projetos políticos radicalmente opostos.

O PT é velho aliado do senador Renan Calheiros (MDB) e ocupa cargos no Governo Renan Filho (MDB); o PSB, comandado em Alagoas pelo prefeito JHC, tem a proposta de emplacar o prefeito na disputa ao Governo no próximo ano.

Rodrigo Cunha, do PSDB, e JHC, prefeito de Maceió

Para isso, JHC teria de renunciar à Prefeitura até abril de 2022, seis meses antes das eleições, tese considerada inviável nas atuais discussões do Executivo municipal, apesar dele estar bem colocado na pesquisa do Instituto Paraná. Venceria candidato indicado por Renan Filho à sucessão estadual.

Lula

O PT é cotado para servir de escada na eleição de Renan Filho ao Senado, seguindo entendimentos montados entre Renan Calheiros e o ex-presidente Lula. O partido, porém, deve lançar um nome ao Governo com poucas chances de chegar ao segundo turno. A estratégia é para que Lula tenha um palanque do partido ou apoiado pelo PT, como deve acontecer em todos os estados.

Já o PSB vai se aproximando do PP, do presidente da Câmara, Arthur Lira. Ambos têm um inimigo cordial em comum, Renan, que já criticou publicamente a administração de JHC.

O PSDB tem relação siamesa com o PSB. A dobradinha entre o prefeito e o senador Rodrigo Cunha pode jogar o tucano nas eleições ao Governo, contexto mais provável e seguindo o acordo montado por ambos ainda em 2018: Rodrigo Cunha ao Governo e a suplente dele, Eudócia Caldas, ficando 4 anos no Senado. Eudócia é mãe do prefeito de Maceió.

O PSB pode colocar o vereador e delegado Fábio Costa na disputa ao Senado, beneficiando o senador Fernando Collor (PROS), que perderia a eleição para Renan Filho.

Outra opção para o PP é lançar a deputada estadual Jó Pereira para o Governo.

Diferenças

O fenômeno alagoano é bem diferente das costuras nacionais, quando se fala do PT e do PSB, parceiro histórico de Lula.

Os dois selaram parceria no Piauí, Paraíba e Amapá; estão conversando em Pernambuco, Sergipe e Espírito Santo. Mas os diálogos ainda não incluem as eleições. Por enquanto, eles sentam na mesma mesa discutindo pontos em comum.

A “cabeça” da decisão nacional está em Pernambuco, onde João Paulo, que é deputado estadual e ex-prefeito de Recife, deve ingressar no PT (hoje está no PC do B) e é cotado para disputar o Senado. Paulo Câmara, governador de Pernambuco pelo PSB, e Lula estão dialogando e os laços se estreitaram depois do STF tornar o ex-presidente elegível.

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