O novo prefeito de Maceió, JHC (PSB), cita o Sebrae, o Movimento Brasil Competitivo, os corredores de Brasília como lugares que podem ajudar à gestão municipal mas ignora a produção de pesquisadores alagoanos ou de instituições alagoanas- como a Ufal, por exemplo- e assistimos ao mesmo filme: um futuro prefeito inventado a roda, com o pires nas mãos, em busca de modelos importados para ajustar à nossa realidade.
Há pesquisas alagoanas sobre a verticalização da cidade; o perfil dos vendedores das feiras de bairro; o trânsito e as condições dos ônibus; modelos de mutirão para a construção de casas pelos próprios moradores, bastando ao novo prefeito assinar o uso da área pública e a compra de material de construção.
Alguns destes projetos têm execução mais simples e mais barata. Outros pedem mais tempo, mais dinheiro. Todos são pesquisas sobre problemas reais e não modelos de empreendedorismo encantados cheios de auto-ajuda.
O prefeito eleito, por exemplo, teve uma expressiva votação na orla lagunar, cuja atividade comercial é a pesca e catação do sururu.
O que falta para a Prefeitura estimular um modelo de cooperativismo e retirar centenas da miséria? Esse modelo é viável?
E os camelôs? O que falta para desapropriar uma área do Centro próxima à praça Zumbi dos Palmares para a construção de um camelódromo?
Ou a guarda municipal vai continuar a descer a vara nos mais pobres?
Por que perder tempo inventado projetos ou ideias que já existem e esperam ser executados? Ou JHC está à espera de um milagre?
A partir de 1º de janeiro de 2021, JHC não terá mais o auxílio emergencial do Governo federal nas contas das famílias maceioenses. Nem crédito especial para micro e pequenos empresários e ainda terá de fazer uma reforma administrativa ignorada pelo atual prefeito Rui Palmeira.
É crise à vista, cenário bem pior que o enfrentado por Rui.
Não restará pedra sobre pedra para o atual prefeito. Os gritos vão virar vaias, em pouquíssimo tempo.
Ou tudo isso é de quem “escuta vozes”?
