Odilon Rios
reporternordeste.com.br
O relatório do Conselho Cidadão para a Segurança Pública e Justiça Penal, uma ONG mexicana, faz algumas constatações sobre a violência e tem uma explicação para Maceió ser o terceiro lugar mais violento do planeta.
Mostra, por exemplo, que cinco das dez cidades mais violentas do mundo são mexicanas; 45 das 50 cidades mais violentas ficam no continente americano; 40 delas na América Latina.
Das 50 cidades mais violentas do mundo, 14 estão no Brasil; 12 no México; cinco na Colômbia. México e Colômbia têm algo em comum: a guerra contra o narcotráfico, a reação da sociedade civil organizada, a presença do Exército americano em território nacional- com a justificativa de combate às ações criminosas.
Viajando ao Brasil, estacionando em Maceió: terceira mais violenta do mundo, a capital alagoana é incluída em duas perguntas: porque está na lista de dez novas cidades mais violentas? E porque 2011 representa a escalada da violência em lugares que, em 2010- um ano antes- eram cidades brasileiras consideradas pacíficas?
Diz o relatório que cidades com rápido crescimento urbano experimentaram aumento nas estatísticas. O documento mostra que o crescimento pode ter sido uma inclusão: o Instituto Sangari teve acesso a informações privilegiadas nos estados e, como estes dados “explodiram” pela primeira vez, a lista ganhou formatos internacionais.
Onde se inclui Maceió, que superou a barreira dos dois mil assassinatos ano passado- até agosto 2011 foram 1.618 homicídios.
O que os relatórios não mostram: desde a divulgação do relatório Sangari- ano passado- passando pela ONG mexicana- há um esforço do Governo em não se comentar o assunto.
É diferente da posição do governador Teotonio Vilela Filho (PSDB)- que fala dos assassinatos, mas equivocadamente é informado que 90% dos crimes em Alagoas acontecem por causa do crack.
Será mesmo? Os casos Giovanna Tenório e Erik Farias mostram que há um caos maior, a ser discutido ou debatido.