Opinião: Márcio Roberto não é o MP de Alagoas

Coaracy Fonseca

Hoje, ao ler a crônica do jornalista Ricardo Mota sobre a postura inadequada do eventual PGJ, a vergonha bateu forte no peito e na consciência. Nenhum promotor de Justiça pode exercer atividade político-partidária, sob pena de cometer falta grave.

O PGJ é o espelho da Instituição. Mas chegou a afirmar em português menor: “JHC esqueceu a sua merecida ação, por certo esquecerá as promessas de campanha rapidinho. Cidadão: Márcio Roberto”. Por via oblíqua defendeu a outra candidatura.

Para ser procurador-Geral é preciso conhecer a liturgia do cargo, além de ter reputação ilibada e notável saber jurídico. Márcio Roberto é Procurador-Geral de Justiça nos mundos público e privado. Com sua conduta, cujo texto já se encontra em Brasília, lançou a nódoa da suspeita sobre uma Instituição formada por pessoas sérias.

O PGJ é responsável pela indicação dos promotores eleitorais, nomeados em seguida pelo Procurador Regional Eleitoral. O seu comportamento não é de cidadão. Ele invadiu, por suas palavras, uma área interditada: a seara da política partidária.

A liberdade de expressão, direito fundamental, não lhe serve de guarida. A Lei Orgânica é translúcida. Por conseguinte, espera-se da Corregedoria do MP de Alagoas que cumpra o seu papel com rigor, para que a sociedade não reverbere: “casa de ferreiro, espeto de pau”.

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