Ícone do site Repórter Nordeste

Oficial da PM envolvido em confusão no Tribunal de Contas é ligado a Nivaldo Jatobá

Exonerado da chefia do Gabinete Militar do Tribunal de Contas após uma quase-briga com o conselheiro Anselmo Brito, o tenente-coronel Neilson Souza Lima tem ligações com o usineiro Nivaldo Jatobá, para quem trabalhou em 2009 como chefe da Guarda Municipal. Na época ele era major da PM.

O bom trânsito com o usineiro, que hoje é candidato a prefeito de São Miguel dos Campos, rendeu ao oficial um lugar no Gabinete Militar da Assembleia Legislativa e a nomeação para a chefia do Gabinete Militar do TC, em quase dois anos na função. O oficial espera apenas a assinatura do governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) para virar coronel da PM.

Levantamento realizado pelo Repórter Alagoas mostra que Neilson recebeu ordem de Jatobá para transferir o então presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de São Miguel dos Campos, o guarda municipal Aldo Fernandes Sobreira, para vigiar uma área de mata em São Miguel durante à noite.

Problema é que a orientação veio logo após ameaças de morte feitas por Jatobá- então secretário Extraordinário do Tesouro em São Miguel dos Campos. Aldo Fernandes recusou a ordem, temendo morrer.

As denúncias foram feitas à Comissão de Direitos Humanos da OAB, em 26 de janeiro de 2009. O então presidente do sindicato disse ao advogado Gilberto Irineu- presidente da Comissão da OAB- que Nivaldo Jatobá chamou-o de “cabra safado, maloqueiro, baderneiro” e ofereceu a ele duas alternativas: deixar São Miguel ou ficar e morrer.

Foi quando veio a ordem, assinada pelo chefe da Guarda, Neilson Souza Lima: a transferência do presidente do sindicato para vigiar uma área de mata.

As denúncias foram enviadas ao Grupo Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gecoc), do Ministério Público Estadual.

Postos

A ascenção de Neilson Souza Lima na hierarquia da Polícia Militar chama a atenção. Pouco mais de dois anos após o episódio em São Miguel dos Campos, em 30 de dezembro de 2010, Neilson deixou o posto de major para virar tenente-coronel. Um mês antes, em 8 de novembro, o ainda major foi transferido pelo governador para o Gabinete Militar da Assembleia Legislativa.

Em 6 de janeiro de 2011, o tenente-coronel virou chefe de Gabinete do Tribunal de Contas. Em 13 de setembro de 2012 perdeu o posto no TC após o episódio com o conselheiro Anselmo Brito, que cobrava informações sobre PMs que entrariam na reserva remunerada. O oficial recusou-se a dar satisfações, quando houve um quase-confronto na porta do tribunal.

Conselheiros do tribunal se solidarizaram com o integrante do TC.

Sair da versão mobile