Ser brasileiro neste contexto histórico nos exige muito mais do que resiliência e resistência, atributos que em outros tempos julgaríamos limítrofes; hoje, precisamos ser equilibristas exímios e lidar com saúde X doença, medo X coragem, dor X esperança, instinto de sobrevivência X exaustão mortal, no mesmo capítulo, na linha histórica que reúne amor e tragédia com a espessura da dizimação corpórea feita em decisões políticas.
Afrontar a adversidade também pode se tornar adverso, e ocultar-se dos riscos se tornou sentença de outras condenações.
Ser brasileiro agora é participar do choro de mais de cinquenta mil famílias ou chorar escondido pelo desespero causado pelas estatísticas em constantes processos de atualização. O horror de não estar seguro nas situações comuns, ou a gélida prisão na impotência para salvar a si por mais um dia.
Brasilidade por certo já foi mais iluminada, e esperança já brindou mais vezes em casebres, varandas e sacadas. Hoje estamos à espera de qual milagre?
Nesta encruzilhada reunimos as oferendas da coragem, e reanimando a ancestralidade cantamos sós ou acompanhados o louvor das lutas justas.
A vida é o imã, o minério e a essência. A vida em si é ciência.
Neste labirinto as ilusões impedem as saídas. As emoções nos pedem harmonia e o intelecto reclama a supremacia da razão.
Se o macro nos parece inalcançável no torrão local finquemos a defesa, cuidemos do agora e todas as certezas que nos restam sirvam de argumentos. A política segue impávida e os problemas colossais já nos esmagam. Mas se queremos amanhã, o hoje pede esta defesa.
Da maneira possível, combata Bolsonaro!
Uma resposta
É tudo que tenho feito e pedido. Tenho a consciência tranquila por não ter votado neste sujeito torpe e vil. Desejo do fundo de minha alma que essa caterva suma definitivamente.