Ocupação Tereza de Benguela inicia plantio em horta comunitária sustentável

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O Movimento de Trabalhadores Sem Teto em Alagoas (MTST/AL) divulgou na manhã deste domingo (07) o início das atividades de cultivo de alimentos na ocupação Tereza de Benguela, no bairro Cidade Universitária em Maceió. A Horta Chico Mendes tem o objetivo de cuidar do povo com alimentos saudáveis e viabilizar economia, saúde mental e sustentabilidade através da solidariedade, diz o Movimento.

Segundo estudo da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar (PENSSAN) divulgado em 2022, a fome já atinge 36,7% das famílias alagoanas. As hortas comunitárias são iniciativas do MTST a nível nacional.

“Na ocupação nós temos 217 famílias que ainda moram em um barraquinho de lona, que não foram atendidos ainda por um programa de habitação(…) fizemos o viveiro, ainda falta um acabamento, mas a gente não tem recuso de nenhum lado”, diz Eliane Silva, coordenadora regional do MTST.

Plantação de alface na ocupação do MTST Alagoas. Foto: Divulgação

Segunda ela, a construção da horta envolve o trabalho coletivo das famílias. A iniciativa também conta com práticas de reciclagem (são utilizados pneus na construção de horta) e discussões a respeito da preservação ambiental, que também é um eixo valorizado pelo MTST.

“A ideia das hortas comunitárias nasceu da necessidade latente de combater a fome e discutir segurança alimentar com o povo da periferia que, de modo geral, é levado pela falta de dinheiro e de informação a consumir enlatados e ultraprocessados em demasia. Mas não apenas isso, nas hortas também há espaço para debater os males causados pelo agronegócio desde o prato envenenado até a floresta incendiada ou desmatada”, explica o Movimento.

Estão sendo cultivadas hortaliças e plantas medicinais, conhecida também como Farmácia Viva. Até o momento foram plantadas 600 mudas, informa Eliane. Foram semeados: tomates, coentro e couve-flor. A intenção é aumentar a produção e diversificar as culturas para cebolas, pimentão, alface, abobrinha, chuchu e outros legumes. A proposta é alimentar sem agrotóxicos, utilizando a terra para fazer compostagem e terra orgânica.

Jovem seleciona sementes para o plantio de coentro. Foto: Divulgação

Toda a produção será para a própria ocupação, reduzindo custos. Os alimentos também poderão ser vendidos à baixo custo para comunidades adjacentes e o dinheiro revertido em mais sementes e material. Expandir a horta é o objetivo.

“Mas também para tratar a mente das pessoas, fazer com que as pessoas cuidem do meio ambiente e incentivar a periferia a fazer sua própria horta. A ideia da horta é essa: construir para produzir, gerar economia local mas também acolher as pessoas que moram dentro do acampamento, as que moram ao redor da ocupação e trabalhar as mentes das mulher e da juventude”, afirma Eliane.

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