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OAB e Defensoria criticam Braskem por não indenizar moradores do Flexal

A OAB e a Defensoria Pública emitiram nota conjunto com críticas à Braskem. As duas entidades apontam dificuldades impostas pela empresa nas negociações aos moradores do Flexal de Baixo, no bairro do Bebedouro.

A área do Flexal está fora da zona de risco tanto de afundamento do solo quanto rachaduras. Mas os moradores sentem o impacto econômico e social por estarem isolados. Nem ônibus passa na região.

O que se propôs? Realocação das famílias.

Veja nota completa:

DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE ALAGOAS (DPE/AL) e a ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL, Seccional de Alagoas (OAB-AL), ao tempo em que torna pública a celebração de Termo de Parceria para atuação conjunta em defesa das vítimas da Braskem, vêm repudiar, com veemência, o comportamento omisso e lesivo da Braskem que, após longos 10 meses de divulgação da situação de cerco e do isolamento socioeconômico da comunidade situada no Flexal de Baixo e de Cima do Bebedouro, devidamente constatado pela Defesa Civil Municipal, até o momento não cuidou de indenizar sequer um único cidadão que tenha perdido suas fontes de rendas e sustento próprio e de sua família em razão do encerramento do comércio na região, estando milhares de pessoas sofrendo necessidades financeiras (a exemplo de pescadores, vendedores de sururu e peixe, dos donos das casas de aluguel, salão de beleza, doceiras etc), e sem, também, dar alternativa para esses pais e mães levarem seus filhos com comodidade para a escola, nem fácil acesso à saúde, transporte, mercadinhos, farmácias, açougues, impedidos ainda de praticar seus cultos e crenças, enfim, negando direitos a todos equipamentos que viabilizam uma moradia adequada e existência digna, da forma que havia antes do cerco e do isolamento causado pela mineradora. Registramos nosso repúdio, também, ao fato de que, na prática, a Braskem utilize o tempo que corre contra a população como moeda de troca, para forçá-los a chegar na negociação “de joelho” e de forma fragilizada e vulnerável, explorando o empobrecimento e a deterioração econômica daquelas comunidades justamente provocada pela tragédia que ela (Braskem) causou, visando obter vantagens e barganhas.

 

Repudia-se, ainda, a resistência da Braskem de aceitar uma solução extrajudicial híbrida, respeitando o direito dos moradores que não desejam revitalização, mas realocação com justa indenização; bem como, por não apresentar nem submeter à sofrida comunidade do flexal um projeto de recuperação da região a fim de saber se a comunidade concorda com ele ou se a comunidade opta por realocação com as devidas indenizações.

Por fim, as instituições signatárias da presente nota informam, para amplo conhecimento, que já estão coletando documentos para, o mais breve possível, ingressar na justiça na defesa coletiva das vítimas da Braskem na referida região ilhada.

A Braskem ainda não se pronunciou.

 

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