O TDAH exige que a criança estude em uma escola especial?

Diário de Petrópolis – Dr. Marco Antônio Arruda – CRM 55157

Dificuldade em prestar atenção na aula, distrair-se facilmente e ficar disperso enquanto o professor explica a matéria. Pouca paciência para estudar, agitação, inquietude, uma capacidade incrível de fazer muitas coisas ao mesmo tempo e dificuldade de terminá-las. Estas são algumas características de alunos que apresentam o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade, conhecido como TDAH. Segundo umestudo do Dr. Guilherme Polanczyk, o TDAH tem 5,29% de prevalência em todo o mundo*.

A maioria dos pais e responsáveis possuem diversas dúvidas ao receber o diagnóstico de TDAH de suas crianças. Uma das dúvidas mais recorrentes é: devo procurar uma escola especial?

Segundo o neurologista e especialista em TDAH, Dr. Marco Antônio Arruda (CRM 55157), diretor do Instituto Glia Cognição e Desenvolvimento de Ribeirão Preto, a resposta é não. A maior parte das escolas tem condições de trabalhar em conjunto com o especialista que faz o acompanhamento médico do paciente e com os familiares para colaborar com a superação dos desafios próprios do transtorno.

Para ele, é fundamental que os pais conversem com a coordenação da escola para entender como a instituição lida com alunos com TDAH e se os professores contam com orientações específicas para auxiliar o processo de aprendizagem de crianças que possuam déficit de atenção e hiperatividade.

O neurologista destaca ainda a importância desse trabalho em parceria entre a família e a escola: “É indispensável um trabalho conjunto entre a direção, coordenação, professores e família. Todos devem ter conhecimento sobre o transtorno, estar alinhados para planejar e implementar as técnicas e as estratégias de ensino que melhor atendam às necessidades destes alunos. O mais importante é que não haja a exclusão do paciente com o TDAH”, acrescenta.

Tratamento

É fundamental manter os tratamentos recomendados, pois são suportes indispensáveis para o sucesso na escola e em outros ambientes em que a criança conviva. O tratamento do TDAH deve ser multidisciplinar, ou seja, uma combinação de acompanhamento médico, psicoterapia, orientação aos pais, família e professores, além de técnicas específicas que são ensinadas ao portador para facilitar o dia a dia da criança. No caso de administração de medicamentos, o mesmo deve ser prescrito sob restrito critério médico.

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