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O que me dizem de cristãos LGBTs? Alguém perguntava.

Esta pergunta foi feita em um grupo cristão e progressista no facebook, mas poderia ter vindo à tona na roda de conversa da esquina também. A diferença entre grupos e respostas virá dos elementos discursivos dos quais se utilizam nos meios que lhes são próprios, mas a questão é pontual.

O fundamentalismo religioso esborrou os muros dos templos, em maioria cristã, neste Brasil armamentista, de pouco amor e muitas confusas adesões nazi-fascistas.

Entre os selecionados pelos direcionamentos políticos de baixo teor humanitário do presidente da República, estão homossexuais; embora não devemos esquecer que etnia, gênero, identidade política humanitária e esquerdista e classe social dividem o epicentro desse terremoto histórico, político e cultural que nos tira a tranquilidade.

“Cristão é cristão, o que importa a sexualidade da pessoa?” – Alguém postou.  Mas entre outras palavras foi curioso observar, um comentário que dizia sobre ninguém perguntar sobre cristão hétero! Zás! Matou a charada heteronormativa!

No entanto, a motivação para este texto foi uma artimanha discursiva de alguém que defendia a hipótese de naquele grupo cristão não se abordar tal temática, pois no entender da pessoa, quando se fala de religiosidade não convém perguntar sobre cristãos LGBTs!

Uma enxurrada de frases legais, acolhedoras; devolutivas de gays muito de boas, etc e tal, mas a pessoa que assumiu incômodo trouxe uma cereja para o bolo, me deixando ouriçada, ou empolgada para escrever: se anunciou como ativista contra preconceitos em geral!

Sim, isso é fruto da banalização discursiva também. Estratégia que desqualifica muitas lutas sérias, pois quem abraça tudo geralmente não abraça nada!

Mas outro elemento interessante foi a pessoa afirmar que o grupo deveria se esmerar para unir pessoas por causa do momento político do país, e esta temática sobre cristãos LGBTs desunia “todas” as pessoas, logo se entende, que para unir, tem que invisibilizar LGBTs.

Sua fala ainda enaltecia a luta contra a desigualdade, mas acusava o grupo de interpretar o evangelho de maneira falha por manter o debate.

Apesar do foco, não dedico o texto inteiro a esta fala. Mas a todas as dezenas de comentários acolhedores, que denotam sensibilidade, humanização, como elementos de espiritualização cristã.

Por mais LGBTs cristãos e espaços de fé abertos em acolhida de igualdade , na mesma proporção que recebem os cristãos héteros, inclusive sem fazer interrogatório sobre a sexualidade.

Rumo à Páscoa com mais amor no coração!

 

 

 

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