O impacto da pandemia no autocuidado feminino 

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Atualmente vivemos uma situação atípica de isolamento social, devido à pandemia do novo coronavírus, causador da doença respiratória Covid-19, sendo altamente contagiosa e tem, infelizmente, potencial de ser fatal.

A situação já se prolonga por dois anos e, apesar do avanço da vacinação e da redução de casos de óbitos, ainda devem ser seguidos alguns protocolos para garantir a segurança da população na totalidade.

Entre uma das medidas adotadas está a instituição do home office, ou seja, o trabalho remoto, realizado de casa, assim como as aulas de todos os níveis da educação.

Este período proporcionou diversos impactos, positivos e negativos, na vida das pessoas, sendo de se mencionar, principalmente, o autocuidado.

Confira a seguir mais detalhes sobre as mudanças que a pandemia trouxe na autoestima e no autocuidado, majoritariamente para o público feminino.

O que é o autocuidado?

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o autocuidado pode ser definido como um conjunto de hábitos e atitudes que fazem bem para o corpo, a mente e até mesmo a sociedade.

A entidade escolheu a data de 24 de julho como o Dia Internacional do Autocuidado, na intenção de conscientizar e engajar a coletividade sobre as escolhas mais benéficas para si.

Durante a já referida pandemia, estimulava-se que a procura por produtos de beleza que promovessem o cuidado próprio aumentaria significativamente, como uma saída para o desgaste enfrentado com o isolamento.

Conforme o esperado, nos primeiros meses de 2021 foi registrada pela Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal uma alta correspondente a quase 22% na venda de produtos de cuidados com a pele em comparação com o ano anterior.

Ainda, o maior destaque se deu na compra das máscaras de tratamento facial, com aumento superior a 90% e nos esfoliantes corporais, com percentual maior ainda, ultrapassando os 150%.

Outro registro crescente foi quanto aos procedimentos estéticos, como a harmonização facial, o preenchimento labial, a limpeza de pele, a depilação a laser, a drenagem linfática e muitos outros.

Mas o que explica essa situação? Descubra abaixo.

Por que a pandemia causou um aumento na procura por cuidados pessoais?

São várias as razões que influenciaram no autocuidado no período pandêmico. Entre elas, pode-se destacar a ansiedade e o estresse que toda a situação gerou.

O cuidado pessoal funcionou como uma alternativa positiva para todas as dificuldades enfrentadas, como uma espécie de refúgio. O outro ponto que foi muito considerado foi o foco que as chamadas por vídeo trouxeram algumas características antes não muito observadas.

As reuniões de trabalho, aulas da escola ou da faculdade e até mesmo bate papo entre amigos passaram a ser no formato digital, pelos mais variados aplicativos.

A iluminação inadequada, o ângulo que favorece menos e a qualidade das câmeras são hipóteses que acentuam as tais características indesejadas.

Por fim, mas não menos importante, o isolamento social facilita, de certa forma, a recuperação dos procedimentos estéticos como cirurgias plásticas.

Não é necessário que as pessoas saibam que você os realizou, tampouco vejam possíveis curativos, situações que antes poderiam ser consideradas como empecilhos.

Quais são os maiores desafios enfrentados?

Como nada é perfeito, a pandemia também trouxe alguns desafios relacionados ao autocuidado.

Embora algumas pessoas afirmem que o período não influenciou na alimentação e na rotina do dia a dia, muitos outros dizem o contrário.

O exagero na alimentação, principalmente atrelado a fatores psicológicos, influenciou diretamente no ganho de peso, assim como a falta de atividades físicas, que se limitaram ao próprio lar.

Se uma parcela considerável da população já enfrentava dificuldades em assumir cuidados com o próprio corpo, o isolamento apenas dificultou a situação, já que é difícil manter a constância, ainda mais com a imprevisibilidade que se vive.

Os doces e as comidas gordurosas cada vez mais parecem uma saída para contornar toda a ansiedade e compulsão.

Além disso, a falta de sono também se mostrou uma inimiga. As preocupações tomam lugar nos pensamentos e dormir é uma grande dificuldade. O reflexo na estética é inevitável e a autoimagem é prejudicada.

Pode-se falar, ainda, na pressão estética. É de conhecimento geral que a sociedade valoriza algumas características em detrimento de outras. Com a Covid-19, mesmo que o contato físico tenha drasticamente diminuído, o virtual aumentou muito mais.

As redes sociais, que servem como vitrine para os padrões impostos, foram muito mais utilizadas, gerando inúmeras comparações, medos, inseguranças e autodepreciação.

Quais foram os recursos utilizados tanto para o cuidado físico quanto psicológico?

Como forma de amenizar todos os desafios, uma grande porcentagem de pessoas assumiu consigo mesmas promessas de autocuidado, assim como já mencionamos, das mais diversas formas.

Os cuidados com as questões psicológicas, que eram geralmente negligenciados, ganharam expressiva importância e atenção.

A procura por profissionais como psiquiatras, psicólogos e terapeutas alternativos alavancou consideravelmente, com o intuito de gerir e assimilar da melhor forma possível todas as situações de estresse, vistas até em alterações fisiológicas.

A aceitação de que a ajuda profissional e até medicamentosa são necessárias foram extremamente decisivas para facilitar a absorção do momento atípico advindo do coronavírus.

Em conjunto a isso, fugindo um pouco do aspecto psicológico, muitos se apegaram a esfera espiritual, através de religiões e filosofias de vida que funcionam como um acalanto.

Entretanto, como já foi possível perceber, o autocuidado aumentou em níveis muito maiores no que diz respeito a aparência física.

A compra de produtos para os cabelos, a pele do rosto e o corpo cresceram exponencialmente, assim como a procura por procedimento estéticos não cirúrgicos, realizados em centros de estética.

Da mesma forma, apesar de existirem controvérsias entre os profissionais da saúde sobre a adequação em relação ao momento, as cirurgias plásticas também ganharam mais espaço e adeptos.

Entre as mais procuradas estão a colocação de próteses de silicone para aumento dos seios, a abdominoplastia, a lipoaspiração e rinoplastia, esta última apresentando crescimento nas buscas em cerca de 4500%.

Nesse cenário, é essencial analisar quais são as motivações que levaram a decisão sobre o procedimento cirúrgico, com o devido acompanhamento profissional, capaz de identificar as necessidades de cada um e atendê-las da melhor maneira.

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