O gozo midiático do fascismo: o Brasil dos tolos

O bolsonarismo é um fenômeno essencialmente midiático e por isso consegue as massas e atinge em cheio o desejo de aparecer. Cada pessoa, agora, pode participar, tornar o espetáculo grande, em conjunto, face a face com outras pessoas de bem construindo um novo Brasil. Só que não.

Ora, o post é sempre seletivo. Trabalhar a própria imagem como assessor de si mesmo é o novo empreendimento político do Brasil de Bolsonaro e da extrema-direita. A personificação do homem e da mulher de bem é o recorte, o filtro e o gozo midiático do fascismo. A curtida de milhões, os tweets mais “lacradores” e que subjugam a esquerda. É delirante, sim. Mas também um ato de desejo de protagonismo.

Pensar o Brasil com frases de efeito, repetir o hino de maneira programada garante o vídeo perfeito, o clique, o reels e o tiktok viral. “Gente de bem curte gente de bem”, eis a bolha que se cria a partir da crítica ao nada. São contra o sistema, mas que sistema? São contra a esquerda, mas que esquerda? São contra o Alexandre de Moraes e o TSE? Mas onde está a fraude?

A imagem do bolsonarismo é a selfie egóica e frustrada da derrota, da falta de tônus, da falta de convicção na própria capacidade. A foto de si reflete o espelho vazio que carregam na cultura, na história e no contato com o próprio povo. O desejo de poder se corrói a partir da própria falta, se alimenta de notícias falsas pois se incomodar com a verdade passa por aceitar um “eu” medíocre, uma perspectiva vazia de sentido e um futuro político sem ganhos.

A mente vazia sempre foi a oficina do diabo.

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