O fantasma do comunismo ainda assusta brasileiro médio, diz pesquisa

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Herança do bolsonarismo mais alucinado, o medo do comunismo agora faz parte de inúmeros lares no Brasil. Segundo dados do Ipec divulgados na última semana, 44% dos brasileiros acreditam na real possibilidade do Brasil virar comunista.

O giro discursivo sobre temas genéricos e frases de efeitos, geraram engajamento concreto em um espantalho criado pela extrema-direita: “nossa bandeira jamais será vermelha”, dizem os ensandecidos. Os dados foram revelados pelo colunista Jeferson Tenório, do Portal UOL.

Temas centrais delineados por marketeiros impulsionam ideias antigas, que remontam um Brasil da escravização, do racismo cortante e violento. As questões mais importantes da política brasileira agora é bestializada com um espantalho que carrega consigo a recusa basilar da ideia de igualdade.

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Um sistema de castas definidas por sangue e raça é o que tomou conta de conversas nas ruas, nas escolhas dos cliques e na velocidade dos compartilhamentos. Essa lógica se alia ao viés retrógrado crescente e anacrônico das fake news.

O consentimento do brasileiro comum e a aderência a essas ideias estapafúrdias e antiquadas está no pânico moral, no inimigo imaginado e menos realista que uma caricatura.

De fato, não sabem pelo que lutam. Basta jogar comunismo e banheiro unissex no meio e pronto: receita infalível para o ódio. O fascismo brasileiro é o escombro assombroso de uma história de opressão. Penoso, no entanto, é reconhecer a mediocridade que a política brasileira acolhe e reverbera em uma distopia que prega a cada dia mais fuga do real.

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