Arthur Lira foi eleito com R$ 3 bilhões em emendas parlamentares liberadas por Jair Bolsonaro.
Portanto, terá de seguir as exigências do bolsonarismo na Câmara.
Uma delas: a indicação de Bia Kicis para comandar a CCJ, a principal comissão da Câmara, comissão que dá o verniz legal aos projetos que tramitam no legislativo.
Bia Kicis faz a defesa de torturadores, é investigada por espalhar notícias falsas e chamou juiz do Supremo de “merda”, fora os ataques à Corte.
Em privado, interlocutores do STF procuraram Arthur Lira. Não gostaram da indicação de Kicis para a CCJ.
Lira tentou convencer os bolsonaristas a mudarem o nome para a CCJ. Eles não querem.
E a fatura voltou a ser apresentada no rosto do deputado do PP.
Arthur Lira é réu no STF em ações por corrupção.
E terá dificuldade de suportar a pressão do bolsonarismo.
Afinal, o Planalto pagou caro pelos votos a Arthur.
Jair avisou: quer que a Câmara aprove o excludente de ilicitude.
Ou seja: o PM que matar em serviço não será punido como é hoje – mesmo raramente, como em Alagoas.
Bia Kicis na CCJ é quem vai dar o verniz legal para a polícia matar ainda mais no Brasil.
Já existe uma chacina em curso. Também já existem PMs que nem punidos são pelas mortes que cometem.
A Lira só resta torcer para que a oposição a Bolsonaro tenha mais forças no plenário e mobilize a sociedade.
Convenhamos: não dá para exigir mais da sociedade uma esperança infinita.
Existe um cansaço no Brasil. E Bolsonaro aposta mais e mais neste cenário para cumprir seu único projeto de Governo: a reeleição.
Deus e os orixás nos ajudem.