O senador Fernando Collor (PROS) garantiu R$ 3,5 milhões do Ministério do Turismo para obras de requalificação da Praia do Patacho, em Porto de Pedras, litoral norte alagoano.
Patacho é um local belíssimo, de praia ainda deserta e um mar calmo, com piscinas naturais na maré baixa.
O recurso federal é necessário, mas será distribuído de forma desigual.
Patacho é de difícil acesso, a infraestrutura é ruim. O dinheiro dará uma outra cara ao lugar.
Pousadas e mansões já se espalham por ali.
O poder público assiste, calado, à privatização da faixa de areia e restrições do ir e vir do povo para a praia.
O preço de terrenos ou mansões pode ser visto em rápida pesquisa na internet. Um terreno, por exemplo, chega a custar R$ 40 milhões. Famosos postam fotos no mais novo point alagoano.
Patacho tem dono. E são os milionários, os mais beneficiados pelo dinheiro da emenda parlamentar.
No restante da cidade de Porto de Pedras, tudo funciona no empurrão: casebres de taipa, pobreza sem solução, alcoolismo descontrolado, uma classe política perversa. Um município à espera da proclamação da República.
Para os ricaços, o século 21 chega já.