Aos que parecem solitários pelo bem pensar; por terem conseguido vencer as primeiras barreiras do medo egóico de perder, a vocês nossas saudações na certeza de que são pontos de luz dispersos por este mundo grande. Mas não estão sós.
Não está só quem fala o que tantos gostariam de dizer, mas não conseguem, não sabem, não podem. Quem faz, aquilo que a maioria deseja fazer, mas não arregaça as mangas e teme enfiar a mão na massa.
A todos os que exemplificam esse tipo incomum de amor, a própria vida responde com as maneiras mais inusitadas, permitindo romper outras tantas camadas de limitações para vê-la e entendê-la em sua magnitude desprendida.
A vida de quem sabe amar tem outros cantares! O perfume em torno é solidário, gera magnetismo, atrai borboletas e colibris.
Não esperem do mundo voluptuoso e primário os aplausos que por certo, vós merecereis, mas não tereis. Porque personificas o antídoto para destruir os mais sólidos paradigmas que servem de base ao poder, e sem o perceber, trabalhais todos os dias contra a dor da opressão.
Tuas atitudes são incompreendidas pelos que aprenderam a dominar pelo medo, choro, desequilíbrio alheio. Enquanto tua voz fala em liberdade e direitos o usurpador clama por subjugação e domínio, e como paralelos, caminhais.
Não olhes demasiadamente na direção da sombra. Vislumbra a luz que muitas vezes penetra por cima, tênue e diáfana, para nos envolver em consoladora esperança.
O amante da vida sabe que tudo o que possui é a essência. Eis o segredo do destemor que tanto intriga.
E quando o sangue escorre e o grito ecoa, o céu responde. O vencido vence, e se vai. A vitória não se comemora na terra.
Para a terra ferida as cicatrizes das transformações.
Para nossas caras indiferentes e cinzas, afundadas no egoísmo, a vergonha de contribuir cada vez menos para a disseminação do amor que a tudo iguala, que a si mesmo entrega para cultivar a liberdade.
Nossa homenagem aos militantes assassinados e pessoas vítimas de crimes.
