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Não às estatísticas da morte

Não devemos nos acomodar jamais com o desfecho sanguinário de quase todas as questões que envolvem interesses contrariados, em nossa terra dolorida, nosso estado ferido por tanta brutalidade cotidiana.

Juventude, mulheres, trabalhadores, crianças…um cerco à vida tem se formado e aflorado alimentando a sanha de uma mídia fria, que está interessada no fomento da informação fantástica, sem substância social, que não seja aquela preconceituosa e disforme que conhecemos.

Um estado de alerta permanente precisa ser gerado em defesa da vida. Já não é possível departamentalizar a luta por justiça, assim como está cada vez mais escandaloso o morticínio de conterrâneos nossos.

Quando uma criança é morta, todas as esperanças que sua existência poderia comportar são sepultadas com ela. Sem cantigas, sem brinquedos, sem garantias de direitos.

Cada jovem que se vai, leva uma ousadia de transformação reprimida, deixa o vácuo de sua poesia implume, com tantos vôos não realizados que poderiam dá certo…mas…

Quando uma mulher é assassinada há um regaço a menos na terra, para consolar outras tantas, outros tantos. Há uma voz silenciada, uma luta enguiçada no gargalo dos preconceitos violentos. Deixa tanta saudade.

Cada trabalhador que nos tiram, deixa a ausência da sua força, da resistência consciente ou não, que alimentava bocas e mentes…Não há substituição.

Seres humanos são únicos. Alagoas precisa de seus filhos e filhas em garantia de luta e vitalidade, por essa razão, haveremos de repudiar as estatísticas da morte, e enquanto houver um crime, não comemoraremos, mas velaremos a desdita em louvor da esperança pelos dias melhores que precisam vir.

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