Na TV, Rosinha vai dizer que Lessa vive 'insegurança jurídica'


Rosinha da Adefal evoca o fantasma que assombra ex-governador

O empate técnico entre o ex-governador Ronaldo Lessa (PDT) e o deputado federal Rui Palmeira (PSDB) nas duas pesquisas divulgadas esta semana pelos institutos Ibope e Exatta mudou a estratégia da deputada federal Rosinha da Adefal (PT do B), que tem menos de 10% nas pesquisas e promete usar, na TV e no rádio, a palavra que pode ferir Lessa na campanha à chefia ao Executivo da capital: a inelegibilidade.

O guia eleitoral começa na próxima terça-feira, dia 21. E o ex-governador, esta semana, teve o registro da candidatura negado, por recomendação da Procuradoria Regional Eleitoral, do Tribunal Regional Eleitoral (TRE).

A negativa do registro aconteceu porque Lessa teria atrasado o pagamento de uma multa no valor de R$ 42 mil, referente a uma condenação na Justiça Eleitoral em 2006.

Lessa- junto ao então senador Teotonio Vilela Filho- deram uma entrevista a uma rádio de Palmeira dos Índios, fato que gerou a multa em 2006.

E esta multa, sustenta a defesa de Lessa, não impediu nem que ele nem que Vilela fossem candidatos logo após 2006. Ambos disputaram a votação ao Governo, em 2010.

Mudanças

A resposta sobre a negativa do registro a Lessa não é definitiva porque os sete desembargadores eleitorais podem negar- ou aceitar- a sugestão da PRE. O Ministério Público Eleitoral e a 1a Zona Eleitoral negaram o registro de Lessa. A decisão cabe recurso.

Mas, Rosinha admite que a situação do ex-governador é de “insegurança”. E promete abordar o assunto aos seus eleitores no rádio e na TV.

“Posso até usar um minuto ou um momento para fazer esta colocação, sobre qual segurança teremos em votar naquele que tem insegurança desde já”, disse Rosinha, citando ainda que Lessa ainda não foi julgado no caso da “ficha suja”.

As declarações foram dadas na tarde da quarta-feira, 15, no comitê de Rosinha, na praça dos Palmares, Centro de Maceió.

Em 2004, Lessa foi condenado pelo TRE por abuso de poder político e econômico. Seu advogado, Marcelo Brabo, descarta que o processo do passado possa interferir na campanha de 2012.

Só que o TRE pode mudar o entendimento sobre a “ficha suja” em Alagoas. Caso semelhante ao de Lessa vai ser decidido na próxima segunda-feira.

Por enquanto, o carimbo contra Lessa não foi abordado por nenhum dos candidatos a Prefeitura de Maceió. É como se fosse uma carta na manga. O Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) tentou usar o estratagema, mas não deu certo.

Correndo por fora, Lessa gravou esta semana o apoio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e tenta aproximar seu nome ao da presidente Dilma Rousseff.

Rosinha: sonho com segundo turno

Com disposição de desempatar a eleição e chegar ao segundo turno- apesar do desempenho nas duas pesquisas- Rosinha da Adefal quer conquistar os eleitores de Ronaldo Lessa. Ela diz que 60% dos votantes na capital não sabiam que ela era candidata à Prefeitura.

Conta ainda que sua campanha enfrentou desvantagens: demorou mais para ser mostrada nas ruas- por falta de dinheiro- e somente na próxima semana ela realiza a primeira carreata.

Por isso, para ela, o precioso é o tempo de TV: 1 minuto e 24 segundos. Vai abordar os problemas na cidade, sua experiência à frente do SUS na Associação dos Deficientes Físicos (Adefal). E falar do candidato que governou Maceió e do outro cuja família está na política há anos.

Ela não diz os nomes. Mas, o recado vai para Lessa (há 20 anos ele foi prefeito de Maceió) e Rui Palmeira (o avô foi governador e senador; o pai, governador e senador).

 

 

Ronaldo Lessa: Dilma e Lula na eleição

Ronaldo Lessa promete usar o guia eleitoral com uma lista de vantagens. Primeiro, ele lidera folgado o tempo de televisão: 13 minutos e 25 segundos. Gravou esta semana com o ex-presidente Lula, em São Paulo.

Lessa sabe que Rui Palmeira não vai usar nem Lula nem Dilma Rousseff na TV. A imagem seria intolerável aos cardeais tucanos nacionais.

O ex-governador fez mais: teve reuniões com os senadores Fernando Collor (PTB) e Renan Calheiros (PMDB), que prometeram continuar em sua campanha, apesar do empate técnico com Rui Palmeira.

Quanto ao QG de Rui Palmeira e o terceiro colocado nas duas pesquisas, o deputado estadual Jeferson Morais (DEM), se não há possibilidade de usar Dilma e Lula como vantagem, eles não vão atacar os dois ícones do PT.

Isso porque a cada dois alagoanos, um depende do Bolsa Família- programa federal associado a Dilma e Lula.

“Vamos fazer críticas ao Governo Federal como eu fiz no mandato. Críticas pontuais, alguma coisa que eu não concordo. não tem porque falar da Dilma. Vamos fazer criticas a determinados atos”, disse Rui Palmeira. As declarações foram dadas pouco antes de mais uma caminhada, desta vez no bairro de Ponta da Terra, na noite de quarta-feira, 15.

“Continuamos com o mesmo ritmo, faremos uma campanha propositiva e vamos manter . O que os outros vão fazer pouco importa. Vamos focar na nossa campanha. E não errar”, disse Rui Palmeira.

Rui Palmeira empatado com Lessa; Jeferson Morais corre por fora

Nas caminhadas, Jeferson Morais evitar citar Lula e Dilma. As classes C, D e E- que concentram os votos do parlamentar da Assembleia Legislativa- são usuárias do programa federal criado na era Fernando Henrique Cardoso e estendido nos governos Lula e Dilma.

O presidente da Câmara de Vereadores, Galba Novais (PRB), usou a semana para criticar quem compra votos na região do Tabuleiro dos Martins, seu celeiro eleitoral. Na Câmara, denunciou que o voto vale R$ 100.

A preocupação de Galba é com o filho, Galba Novaes, que é do PMDB e disputa a eleição para vereador em Maceió. Tenta ficar no lugar do pai, no legislativo municipal. Um forte candidato na parte alta é o delegado Kelman Vieira, marido da deputada Flávia Cavalcante (PMDB), que é filha do prefeito de São Luis do Quitunde, Cícero Cavalcante (PMDB).

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