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Na sociedade do ódio, negro serve para morrer

Foi num 20 de novembro que uma campanha estatal misturando ódio, justiçamento e vingança matou Zumbi dos Palmares, líder do quilombo que lhe deu fama pela liderança mas também o tamanho daquele reino instalado no topo da Serra da Barriga.

5 mil soldados também puxados por Domingos Jorge Velho, assassino de índios e estuprador de índias, puseram abaixo a fortaleza a tiros e fogo.

O Fórum Brasileiro de Segurança Pública mostra como a violência e o racismo são temas modernos e assustadores. Misturados, formam o horror. Nosso holocausto:

– 408. 605 negros assassinados na última década;

– 72% de todos os homicídios tinham cor: a preta;

– Os negros foram também 84,1% dos mortos pelas polícias no ano passado. A violência se estende aos profissionais de segurança: 67,7% dos policiais assassinados em 2021 foram negros.

É como se os bandeirantes saíssem das covas para completarem o serviço que começaram lá atrás, Uma violência autorizada ontem e hoje. E enraizada nas almas.

Um estar-se vivo tornado direito para um lado O outro tem de ser eliminado porque Deus separou as criaturas por ordem e função na escala evolutiva.

Aos vencidos, terra de cemitério.

Aos vencedores, o poder de seguir moendo destinos.

 

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