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Na briga pela eleição, 46 bases comunitárias sob ameaça

Odilon Rios
reporternordeste.com.br

Pouco mais de um ano antes das eleições, a queda de braço entre o prefeito Cícero Almeida (PP) e o governador Teotonio Vilela Filho (PSDB) dá mostras que os dois lados prometem endurecer os discursos no palanque- um contra o outro- apesar da aliança de ambos na votação do ano passado.

O secretário de Defesa Social, coronel Dário César, usou o twitter esta semana para falar da instalação de cinco bases comunitárias até o final do ano. É mais segurança em Maceió, a capital mais violenta do Brasil.

A instalação das bases depende de terrenos- que devem ser doados pela Prefeitura. E Almeida disse, agora, que a cessão dos terrenos é um ato que depende do governador.

Em verdade, o prefeito de Maceió desfez um acordo que vigora desde a era Paulo Rubim- antes do coronel Dário César.

Nos tempos de “paz e amor”, a cessão do terreno acontecia por um simples ofício, encaminhado ao secretário de Defesa Social, legalizando o ato.

Os tempos hippies parecem coisa do passado.

Mais que garantir segurança, as bases do Virgem dos Pobres I, Carminha, Canaã, Cidade Sorriso I e Santa Lúcia podem representar uma ameaça maior: um palanque montado na periferia -pelo Palácio República dos Palmares, para 2012.

Hoje, o prefeito se bandeou para os lados dos senadores Fernando Collor (PTB) e Renan Calheiros (PMDB)- de quem já reclamou de “traição”.
Agora, quer eleger alguém do lado dele para 2012.

Almeida enfrentou esta semana o que chamou de “componente político”: o Ministério Público Estadual abriu ação civil pública, por atos de improbidade, contra o prefeito e mais 15 deputados e ex-deputados pelo desvio de R$ 300 milhões da folha de pagamento da Assembleia Legislativa.

Claro, era um recado ao governador: o chefe do MP, Eduardo Tavares, foi escolhido e nomeado por Vilela para a função. E estaria a serviço do governador.

Almeida foi indiciado na Operação Taturana, da Polícia Federal. Responde por formação de quadrilha, peculato, lavagem de dinheiro, crime contra o sistema financeiro nacional.

No meio da briga, a sociedade. As 46 bases comunitárias vão esperar os terrenos, para oferecer segurança em Maceió. E elas constam no primeiro plano de segurança, apresentado pelo governador em conjunto com o Ministério da Justiça, em março.

Virada a página hippie, do “paz e amor”, a filosofia agora é de Maquiavel: “na verdade, os homens ofendem ou por medo ou por ódio”. Também poderia ser “por uma eleição”.

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