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Mulher, em gênero. E raça!

A construção social da feminilidade arrastou consigo um sem fim de impedimentos à mulher, desde posturas e brincadeiras ao envolvimento em  áreas consideradas “duras”, diga-se masculinas.
No entanto, a história e a economia revelaram a “utilidade” feminina em espaços estratégicos, não nos enganemos com a audácia do mercado. Ainda estamos no patamar das consideradas fáceis de manejar, de coagir, de envolver e até de disciplinar.
Contudo, o afã de participação feminina explodiu com tamanha força, que ameaça ganhar cada vez mais independência e autonomia, exceto quando nos permitimos transformar nossa execução em algo masculino.
As diferenças de gênero existem, e podem ser consideradas naturais, até o momento em que não corresponderem a um estereótipo. Por exemplo, quando ouvi uma professora universitária afirmar que política não era coisa para se fazer com sentimento. Pasmei!
É justamente sentimento o que tem nos faltado na política. Pois que este atributo humano relegado ao mulheril (que déficit essa ideia causa na vida dos companheiros!) é um canal de ligação entre os seres, entre nós e o planeta, nos fazendo perceber a importância das ações sobre nós mesmos.
Não sentir não é sinônimo de inteligência, capacidade operacional ou gingado político. Significa apenas uma restrição. Enquanto a atuação social em todas as áreas, ganha quando o executor admite emoções.
Ao pagar uma disciplina de Sociologia Rural, sendo única mulher no grupo, padecia a imposição do silêncio. Nestes casos há necessidade de reação, mas não pelo grito, sim pela coerência da fala apoiada na firmeza de um olhar feminino.
Olhar que percebe a política como energia de fecundar sonhos, numa realidade cruel. Ser mulher não me impõe ser forte ou fraca, apenas me designa o gênero dentro da infinidade de circusntâncias dentre as quais materializo a existência.
Assim sendo e crendo, convido as mulheres desta terra a colocar as mãos na massa mirrada da política local, com o intuito de trazer levêdo, a partir dos sentimentos que nos endereçam à luta por uma sociedade de paz, de mobilidade social, nas garantias da democracia em aperfeiçoamento pela participação cidadã.
Sou mulher, sou política, cidadã, e tenho sentimento.
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