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MPF vai à Justiça contra transferência de Carlinhos Cachoeira

Folha

O Ministério Público Federal recorreu contra a transferência de presídio do empresário Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso desde o dia 29 de fevereiro sob acusação de explorar jogos ilegais e corromper autoridades.

Cachoeira foi transferido na manhã desta quarta-feira para o Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, onde divide cela com mais dois presos.

Até então, ele estava na penitenciária de segurança máxima de Mossoró (RN). A transferência ocorreu após solicitação dos advogados do réu, que afirmaram que ele não oferecia perigo que justificasse a prisão em regime de segurança máxima.

O Ministério Público argumenta que Cachoeira deve retornar a Mossoró por “razões de segurança pública” devido ao seu “amplo poder de penetração e cooptação nos órgãos do Estado”.

Segundo o recurso, o fato de a Papuda ficar no Distrito Federal, onde Cachoeira atuava, e ter regras mais brandas, pode reestabelecer a influência que o empresário tem sobre o Poder Público.

A Procuradoria diz ainda que “só é possível manter o grupo desarticulado se o seu líder for mantido preso sob sistema diferenciado que neutralize, ou ao menos minimize, seu poder de penetração”.

O recurso será julgado pela 3ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª região, que poderá determinar o retorno de Cachoeira a Mossoró.

Transferência

No presídio de Mossoró, Cachoeira ficava 22 horas diárias trancado em uma cela sozinho, sem ver ninguém. De acordo com familiares, ele emagreceu 16 kg, teve o cabelo raspado e está deprimido. Após passar mal, precisou ser atendido por médicos.

Em Brasília, segundo informações do Depen (Departamento Penitenciário Nacional), Cachoeira divide a cela de 12 m² com outros dois detentos, também presos provisoriamente. Agora, ele deve ter direito a visita íntima e televisão. O departamento não informou de que crimes os companheiros do empresário são suspeitos.

O exame de corpo de delito, necessário para verificar sua integridade física, foi realizado assim que ele chegou à Papuda.

A advogada de Cachoeira, Dora Cavalcanti, o visitou na penitenciária agora à noite. À reportagem, ela informou que seu cliente passa bem, mas está abatido pela morte da mãe, ocorrida nesta semana.

Ela disse acreditar que ida do empresário para Brasília facilitará o trabalho da defesa. Segundo Cavalcanti, ela entrou com um novo pedido de liberdade para Cachoeira no STJ (Superior Tribunal de Justiça).

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