Repórter Nordeste

Mortos ‘somem’ dos números da segurança pública; Governo explica

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O Anuário Brasileiro de Segurança Pública mostrou nesta sexta-feira (28) que Alagoas reduziu em 20,8% a quantidade de homicídios registrados em 2015, quando se comparam os números aos de 2014.

É a maior queda do Brasil, registra o Anuário, que usa três fontes para análise: os números da Secretaria de Segurança Pública (SSP), os dados do IBGE (levantando a população alagoana) e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (que publica as edições do Anuário Brasileiro de Segurança Pública).

O repórter Thiago Correia verificou que há diferenças entre os mortos por assassinato no Anuário; e nos divulgados pela SSP alagoana, nos relatórios mensais e no anual.

O blog também checou e percebeu a divergência, que é idêntica à levantada por Thiago.

Alagoas registrou 1.696 homicídios em 2015, segundo o Anuário; para a SSP, foram 1.795.

Noventa e nove corpos “sumiram” das contas do Anuário.

Quando a checagem se baseia no relatório anual da Secretaria, a diferença se torna maior.

1.804 pessoas morreram de forma violenta em Alagoas (perceba que eram 1.795). Nove a mais que os dados mensais.

Com a diferença, a quantidade de assassinatos não caiu 20,8% mas 15,8%.

Mesmo assim, a maior redução do Brasil.

O blog conversou com um bem situado integrante do Governo na noite de sexta-feira (28).

Explicou que a diferença pode estar na metodologia usada pela SSP e pelo Anuário.

“Os relatórios do Instituto Sangari [que edita o Mapa da Violência] e os da ONG mexicana Conselho Cidadão para a Segurança Pública e Justiça Penal também apresentam diferenças nos números. Isso não é por causa dos corpos que deixam de ser contados e sim pela metodologia usada”.

E continua: “Mas, o importante é que estamos reduzindo estes números. E até o fim do ano será maior porque estamos fazendo uma comparação dos dois anos do Governo Renan Filho com os dois últimos anos de Teotonio Vilela Filho”.

“Nesse comparativo que estamos fazendo serão 800 mortes a menos”.

Tanto o Instituto quanto a ONG mexicana calculam as taxas de mortalidade baseando-se nas estimativas intercensitárias do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS), e nas estimativas populacionais do IBGE.

O blog tentou contato com a SSP, mas não conseguiu.

 

 

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