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Mortos por homofobia no Brasil somam seis ataques de Orlando

O massacre que deixou 49 pessoas mortas em uma balada voltada ao público gay no último domingo (12) em Orlando chocou os EUA e o mundo. O próprio pai do atirador Omar Mateen afirmou que o filho era homofóbico. No Brasil, acontecem mais de seis massacres como esse por ano. Em 2015, 318 pessoas da comunidade LGBT foram mortas em crimes de ódio.

De acordo com dados do Relatório 2015 — Assassinatos de LGBT no Brasil, realizado pelo Grupo Gay da Bahia, 52% das mortes são de gays, 37% de trans, 5% de lésbicas, 3% de bissexuais, 2% de heteros e 2% de t-lovers (pessoas que se envolvem com transexuais).

O ativista Agripino Magalhães, assessor de comunicação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, diz que o Estado lidera o ranking com maior número de mortes. Em segundo lugar, vem a Bahia. Segundo ele, a cada 22 horas, um gay é assassinado no Brasil e que esses números correspondem apenas aos casos registrados.

— De 80 a 90% dos LGBTs que são agredidos, que sofrem homofobia não denunciam. Por medo, pelo mal atendimento nas delegacias ou por medo da repressão da própria polícia.

O publicitário Caio Irineu Tomaz da Rocha e seu companheiro, o analista de Recursos Humanos, Daniel Paschoal Camargo foram agredidos por seguranças após seres hostilizados pelos funcionários. Segundo o ativista, casos como esses acontecem todos os dias e precisam ser combatidos urgentemente.

— Duas coisas acabam de vez com a homofobia: educação de qualidade nas escolas sobre o que é diversidade sexual e uma lei que possa punir de fato esses indivíduos pelo crime de ódio. O amor tem que vencer. A população LGBT luta pelo amor e pela felicidade. O ódio deles nunca vai vencer.

Para alertar sobre o problema desse tipo de preconceito no País, foi convocado pelas redes sociais um protesto na frente do CTN neste sábado (18). A população vai se reunir para dar um “beijaço” na frente do estabelecimento como forma de repúdio ao último episódio de homofobia lá.

Além disso, 90% dos assassinos da população LGBT analisam muito bem os locais frequentados por suas vítimas, a rotina delas e por onde elas andam. Assim, eles sabem o momento certo de atacar. Esse tipo de comportamento foi o utilizado pelo assassino de Orlando.

— O que aconteceu é lamentável e triste porque a gente é morto todos os dias. Homofobia e transfobia é eu estar andando tranquilamente e um indivíduo atirar uma lâmpada no meu rosto.

Fonte: R7

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