Repórter Nordeste

Morre Sávio Almeida

O professor Luiz Sávio de Almeida, 80, morreu de causas naturais nesta sexta feira, 10/2, às dez da manhã, num hospital particular em Maceió.

Veja informações da família:

Faleceu hoje pela manhã, 10 de fevereiro, de causas naturais, o professor e historiador Luiz Sávio Almeida. Sávio deixa 6 filhos, 9 netos e a esposa Myriam Almeida, com quem foi casado por 40 anos. Além disso deixa amigos e amigas que se tornaram irmãos nessa caminhada. Viúvo de Alzeni Carvalho, teve 4 filhas e com Myriam Almeida 2 filhos.
Tem suas raízes fincadas em Alagoas e ajudou a escrever a história desse chão.
O velório está marcado para às 14h30, no Parque das Flores, e o sepultamento será às 18h.

Dono de extensa obra, referência no Nordeste, suas pesquisas abraçavam principalmente os anônimos que ajudaram a erguer Alagoas: índios, mulheres, negros, pais e mães de santo, pessoas do povo. Os humilhados que mereciam ser exaltados.

Entrevistei Sávio para meu livro Alagoas, 200. Reproduzo alguns trechos de um gênio de fino trato:

O senhor virou especialista em falar dos despossuídos como índios e negros. Em algum momento nos seus estudos o senhor teve a sensação que os gestores alagoanos agiam de maneira correta com eles?
Eu me interesso por todos aqueles que são humilhados e ofendidos, por todos aqueles que têm sede e fome de justiça. Por todos os que são perseguidos por suas opções sexuais, religiosas, por gênero… Os sem terra, sem comida, sem alhos e sem bugalhos.

(…)
Eu não sou índio, não sou negro e nem tenho procuração para falar por eles. Mas nós construímos um espaço que é nosso e onde todos nós, somos iguais: o espaço político dos movimentos. Neste espaço todos somos todos.

Quem ganhou nos 200 anos de Alagoas? A sabedoria, a violência ou a história oficial?
Por incrível que pareça, o povo. Nós vamos caminhar. Apesar da persistência do agrarismo, nós temos inúmero fatores de progresso em andamento. A violência jamais ganharia, apesar de ir vencendo. A história oficial vai dando lugar a uma nova situação em Alagoas, onde vai havendo maior espaço de liberdade das amarras do poder local. A sabedoria coletiva e política é uma lenta construção histórica.

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