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Misoginia não é massa, Maceió

A prefeitura de Maceió conseguiu a façanha de atrair uma mídia indesejável através da publicação de um banner onde convida os ‘solteiros forçados a serem felizes em Maceió’ ao tempo em que expõe o rosto de mulheres famosas recém-separadas de seus pares.

A advogada Paula Lopes, representante de movimentos de mulheres em Alagoas, postou em suas redes sobre o caso: “De forma misógina e machista a @prefeiturademaceio fez uma publicação de muito mal gosto, insinuando que vindo a Maceió os homens encontrariam mulheres famosas e recém-separadas, de forma deliberada um convite!”

E completa: “Por que essa publicação é tão problemática nos dias atuais? Porque todos os dias os homens separam e ninguém vê uma publicação com os rostos deles estampados, fazendo convites! Mas a nós mulheres, como se o nosso corpo, nosso rosto, nossa vulnerabilidade, fossem públicas”.

E arremata: “O marketing machista também existe!”

A publicação também ganhou visibilidade e crítica em alguns veículos de comunicação. De acordo com a Folha de Pernambuco “Prefeitura de Maceió debocha de separações de famosos e divide opiniões.”

Istoé repercutiu citando parte da legenda dizendo: “Maceió é a capital do amor, mas ser solteiro aqui também é bom demais”.

O presidente anterior a Lula fez uma declaração semelhante referente ao turismo e mulheres brasileiras, gerando uma reação nos governadores nordestinos. Na circunstâncias o governador Renan Filho publicou  um banner afirmando que Alagoas estaria disponível mas as mulheres alagoanas, não.

Neste caso, ainda não vimos a publicação de nenhuma instituição maceioense sobre o feito. A Secretária de Estado da Mulher e Direitos Humanos, Maria Silva, publicou nos stories de suas redes: ” Maceió é cheia de cultura, história e belezas naturais! Nenhuma de nós somos atrações turísticas, qualquer tipo de propaganda que nos associe a isso atinge nossa dignidade. Não podemos admitir esses posicionamentos”.

E tudo  se mistura na luta por likes e polêmicas, onde o agrado e o desagrado geram o mesmo engajamento.

Nem as mulheres de Maceió, nem as que visitam nossa capital merecem uma exposição tão grotesca. Isso não é massa, mas é manobra misógina, denunciando a ideologia que se oculta sob a pecha de instagramável que faz a marca da gestão de João Henrique Caldas.

 

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