Ministros sinalizam veto ao novo Código Florestal aprovado

 

Marcelo Fonseca – Estado de Minas


O novo Código Florestal encontrará na presidente Dilma Rousseff (PT) a maior adversária para entrar em vigor. No dia seguinte à aprovação do texto na Câmara dos Deputados, a ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, avisou que o Palácio do Planalto deverá vetar partes do projeto que tratam da anistia para desmatadores.

Já o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, preferiu não antecipar a decisão da presidente, mas deixou claro que o texto aprovado não contenta o governo e que merece uma análise com sangue frio. “É absolutamente claro que não é o que o governo esperava. Com sangue frio e tranquilidade, a presidenta vai analisar como vai tratar essa questão”, afirmou Carvalho, ao participar da abertura da quarta edição do seminário Diálogos Sociais: Rumo à Rio+20, no Palácio do Planalto.

Aprovado na quarta-feira por 274 votos a favor e 189 contrários, o novo texto trouxe 21 modificações em relação ao que foi aprovado pelos senadores no final do ano passado. Durante a sessão, o governo ainda conseguiu incluir a exigência de recomposição de 15 metros para as áreas de preservação permanente (APP) nas margens de pequenos rios, proposta que desagradava os ruralistas. A última palavra agora é do Palácio do Planalto.

Ideli Salvatti está confiante no veto. “Eu tenho a convicção, até porque ela já manifestou inúmeras vezes, que o que representar anistia não terá apoio, não terá respaldo do governo. Qualquer questão que possa ser interpretada, ou na prática signifique anistia, eu acredito que tenha chance de sofrer o veto porque ela já havia anunciado”, disse Ideli.

Em evento do programa Brasil sem miséria realizado no Palácio Guanabara, sede do governo do Rio, Dilma Rousseff evitou comentar que medidas deverá tomar sobre o Código Florestal, a presidente apenas sorriu e saiu sem dar entrevistas. Presente no ato, o ex-ministro do Meio Ambiente e secretário estadual do Meio Ambiente do Rio, Carlos Minc, revelou que, em uma conversa reservada com a presidente, sugeriu o veto de 25 a 30 trechos do relatório aprovado na Câmara. Contou aos jornalistas que Dilma apenas “deu um risinho cúmplice, maroto e solidário”.

.