Ministros do STF foram alvo de ações de espionagem pela Abin; entenda

Durante a gestão do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e outras pessoas foram alvo de monitoramento ilegal realizado pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin). A investigação revelou que o sistema de espionagem foi utilizado mais de 30 mil vezes e atingiu também jornalistas, advogados, políticos e adversários políticos de Bolsonaro.

A Operação Última Milha, deflagrada pela Polícia Federal (PF), visa investigar o uso não autorizado do software FirstMile por servidores da Abin, sem autorização judicial. Foram realizados mandados de prisão e busca e apreensão em diferentes estados do Brasil.

A investigação aponta o uso indevido do sistema de geolocalização, que foi invasivo na infraestrutura de telefonia do país, e a atuação de servidores da Abin que estariam utilizando esse conhecimento como meio de coerção para evitar demissões. Os investigados poderão ser responsabilizados por crimes como invasão de dispositivo informático alheio, organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas sem autorização judicial.

Cinco diretores da Abin foram afastados, incluindo o secretário de Planejamento e Gestão da agência, e a PF encontrou uma grande quantidade de dinheiro em espécie na casa de um dos afastados. A Abin afirmou que o software investigado não está mais em uso desde maio de 2021 e que uma investigação interna sobre o uso indevido está em andamento.

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